O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou hesitação em relação à proposta de divisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública em duas pastas distintas, conforme argumentado pelo ministro Flávio Dino (PSB-MA).
Lula, em conversas com aliados, indicou que o posicionamento de Dino, que alerta para um possível esvaziamento do Ministério da Justiça, é o mais persuasivo até o momento.
Flávio Dino, que está na iminência de ser sabatinado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, é um dos principais defensores da manutenção da estrutura atual do ministério.
O presidente, ao pedir detalhes técnicos à sua equipe, evidencia a necessidade de compreender melhor os impactos práticos de uma eventual divisão.
Embora uma ala do PT manifeste apoio à criação de uma nova pasta, destinando-a a um membro vinculado ao partido, as recentes nomeações de Flávio Dino para o STF e Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República trouxeram uma dinâmica diferente. Lideranças petista passaram a ponderar menos sobre as decisões de Lula, percebendo uma menor receptividade às suas opiniões por parte do presidente.
A expectativa é que Lula aguarde a sabatina de Flávio Dino no Senado antes de tomar uma decisão definitiva. Caso aprovado para o STF, o presidente poderá adiar a nomeação de um sucessor até janeiro.
Aliados afirmam que Lula está planejando uma reforma ministerial abrangente, e o anúncio de um novo ministro da Justiça e Segurança Pública seria parte integrante desse processo.
Atualmente, alguns nomes são cogitados para ocupar a vaga de Flávio Dino, incluindo Simone Tebet, Marco Aurélio de Carvalho e Ricardo Lewandowski.
Se Lula optar por recriar o Ministério da Segurança Pública, o nome de Marcelo Freixo também é mencionado como uma possibilidade para assumir a pasta.