Na esteira da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a dificuldade de atingir o déficit zero em 2024, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), demonstrou tranquilidade e reafirmou a aliados e parlamentares seu compromisso em relação à meta fiscal do governo.
Haddad, responsável pela equipe econômica do governo, destacou nos bastidores que a fala de Lula não representa uma negação do objetivo de zerar o déficit, mas sim o reconhecimento de que enfrentar essa tarefa não será simples.
O ministro enfatizou que pretende manter seu trabalho árduo para alcançar a meta, sem prejudicar o andamento de obras e cortar investimentos essenciais para o país.
Um integrante do governo declarou que “o trabalho é alcançar o déficit zero sem prejudicar nenhum brasileiro” e que, tanto Haddad quanto a ministra Simone Tebet (MDB-MS), estão comprometidos com “a responsabilidade fiscal e o equilíbrio das contas públicas.
Para atingir a meta de déficit zero, o ministro Haddad está comprometido em manter uma forte relação com o Congresso Nacional. Sua estratégia envolve estreitar ainda mais os laços com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e estabelecer uma base sólida para cooperar com o futuro líder da Câmara a partir de 2025.
Para alcançar esse objetivo, Haddad tem um cronograma apertado e precisa aprovar diversas pautas financeiras. O primeiro passo nessa direção foi dado com a taxação das offshore, uma medida que deve contribuir com aproximadamente R$ 20 bilhões em 2024.
Oposição vai fazer pressão
Apesar do positivismo de Haddad, a oposição irá fazer pressão em torno do governo. Já existe uma discussão no Congresso para que o ministro seja convocado e preste esclarecimentos sobre quais as metas do Palácio do Planalto para o exercício de 2024.
A ala bolsonarista estava evitando entrar no debate econômico, mas agora sente que o governo se fragilizou na área.
Os parlamentares que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) dizem que a lua de mel da população com o início de governo acabou. Eles apontam que a Bolsa [de Valores] não cresce como antes, o dólar não sai dos R$ 5, tem a taxação dos aplicativos de produtos da China e a gasolina aumentou, gerando um “mau humor em milhões de brasileiros”.