A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) adiou a votação que inclui o estado no Consórcio de Integração Sul-Sudeste (Cosud) após a oposição emplacar uma emenda para barrar a apreciação do texto. A tendência é que a proposta seja votada apenas na próxima terça-feira (22).
O texto autoriza o governo estadual a participar do consórcio formado pelos estados do Sul e Sudeste para maior protagonismo político. O grupo existe desde 2019, mas nunca foi efetivado na prática.
A tramitação da proposta é o primeiro termômetro de apoio ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) após ter negociado a consolidação de sua base na Alesp. Tarcísio precisa emplacar quórum no Congresso de Comissões desta quinta-feira (16). Caso contrário, precisará do apoio dos deputados aliados na próxima semana.
A tendência, segundo deputados ouvidos pela reportagem, é que o projeto seja aprovado sem maiores problemas. Entretanto, há uma movimentação para pressionar o presidente da Alesp, André do Prado (PL), para colocar o texto em votação apenas em setembro.
Os parlamentares admitiram a preocupação em votar o projeto agora após as falar do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre a formação do consórcio. Em entrevista, Zema disse as regiões Sul e Sudeste merece protagonismo e atacou o Consórcio Nordeste.
As falas do mineiro foram vistas como preconceituosas e poderia prejudicar a imagem dos deputados que votarem favoráveis ao projeto. A sugestão de deputados da base seria "reduzir a temperatura" para colocar o texto em plenário.
Essa, porém, não é a vontade do Palácio dos Bandeirantes, que quer a votação para a formação do grupo o mais breve possível. Caso falta quórum nesta quinta, a tendência é que o projeto seja levado ao plenário da Alesp na próxima terça.
Se aprovado, São Paulo fará parte do consórcio para elevar o protagonismo político das regiões Sul e Sudeste. A presidência do grupo deve ficar com o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e o mandato deve ter duração de 12 meses.