Mauro Cid não fará delação, apostam bolsonaristas

Ex-ajudante de Jair Bolsonaro sofre pressão da família para fazer delação

Foto: Reprodução
Mauro Cid é investigado pela Justiça


Enquanto as investigações da CPI dos Atos Golpistas continuam a lançar luz sobre diversos aspectos da gestão passada, a atenção agora se volta para o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), o tenente-coronel Mauro Cid. No centro da controvérsia está a tentativa de venda de um relógio Rolex, presente recebido por Bolsonaro durante uma viagem à Arábia Saudita.

Bolsonaristas estão acompanhando de perto os desdobramentos dessa investigação, especialmente em relação à possibilidade de Mauro Cid optar por uma delação premiada. A confiança na lealdade de Cid ao ex-presidente tem sido reforçada por aliados de Bolsonaro, que acreditam que o ex-ajudante não abordará o assunto em seus depoimentos.

O grupo que apóia o ex-chefe do Executivo federal revelou que a família do ex-ajudante tem feito uma pressão crescente para que ele revele detalhes sobre a tentativa de venda do Rolex. No entanto, até o momento, Cid optou por permanecer em silêncio sobre o assunto.

As investigações se concentram nos e-mails de junho de 2022, nos quais Cid e a ex-assessora de Bolsonaro, Maria Farani, discutiram a venda do relógio de luxo. Os e-mails revelam o interesse de compradores no Rolex, com o militar explicando que o relógio fora um presente recebido durante a viagem oficial e propondo um preço de US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil) para a venda da peça.

A presença de Maria Farani como intermediária na negociação chamou a atenção da CPI dos Atos Golpistas, que busca entender o contexto e as implicações desse episódio no cenário político da época. A comissão espera esclarecer a fundo os detalhes da tentativa de venda do Rolex, bem como entender o papel desempenhado por cada indivíduo envolvido.


Bolsonaro falou sobre o tema

Na segunda-feira (7), durante um encontro com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Bolsonaro foi abordado pela imprensa em relação ao caso. O ex-presidente minimizou as preocupações, declarando que é natural que as pessoas queiram pesquisar preços na internet, insinuando que a negociação não é necessariamente um sinal de má conduta.

“Tudo o que o TCU me pediu foi entregue, inclusive um relógio parecido com aquele. Essa resposta do Cid tem que ver com o advogado dele. Não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa, é natural”, completou.