O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), trabalha nos bastidores para montar sua base e concorrer à reeleição de 2024, contra o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). O chefe do Executivo carioca articula para ter como vice Pedro Paulo , que foi acusado em 2010 de agredir a ex-esposa. O PT resiste a ideia.
Importantes lideranças petistas do Rio dizem que fica muito difícil o partido estar no mesmo palanque de Paes tendo Pedro Paulo como vice. Um deles é Marcelo Freixo, presidente da Embratur, que foi um dos maiores críticos do economista nas eleições de 2016, quando os dois disputaram a prefeitura.
O PT dá total apoio para o prefeito se aproximar do Republicanos e União Brasil para ficar mais forte no ano que vem. Porém, o pedido é que ele não se antecipe e dê preferência para que a sigla indique um nome para estar no palanque.
Eduardo Paes tem certeza que, mesmo sem ter um vice petista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá retribuir o apoio que recebeu em 2022. O chefe do Executivo federal chegou a dizer que o governante carioca era o filiado do PSD favorito dele, apesar de gostar muito de Alexandre Kalil, também membro da legenda.
Mas lideranças do PT não querem apenas fazer parte do grupo. A conversa é para que a sigla tenha papel de destaque.
Só que a legenda também tem prometido que não fará tanto jogo duro. A ideia é ver como estará à avaliação do governo Lula. Se estiver com alta aprovação, dificilmente Eduardo Paes dirá não para um vice petista. Agora se a avaliação for ruim, ficará complicado a sigla tentar impor algo.
Pedro Paulo é mal visto
Mesmo que não tenha o cargo de vice, o PT resiste ao nome de Pedro Paulo por causa da acusação de agressão contra a ex-esposa, a turismóloga Alexandra Mendes Marcondes. Em 2015, ao falar com a Folha de S.Paulo, ele chegou a dizer que foi uma discussão de casal que fugiu do controle.
"É um episódio difícil, de uma discussão de casal. Foi um episódio triste, de descontrole, mas superamos. Resolvemos isso do ponto de vista da família, fizemos nosso acordo judicial", comentou.
Após o caso ter sido investigado pela Polícia Civil, Ministério Público e Polícia Federal, o processo foi arquivado em 2016. A Justiça alegou falta de provas.
Apesar de ser inocente, Pedro Paulo ficou marcado pelo episódio e importantes nomes do PT não são favoráveis que ele esteja como vice de Paes.
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