O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), entrou na mira do Centrão e deve deixar o Republicanos até o ano que vem. Fontes afirmaram à coluna que o governador paulista está em 'fase de paquera' e deve ter o Progressistas como próximo partido.
Segundo apurou o iG, as conversas acontecem nos bastidores, mas que está próximo de acontecer.
Nas últimas semanas, Tarcísio tem mostrado seu desconforto com o Republicanos. A briga com o presidente do partido, Marcos Pereira, pela liderança da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi vista como o estopim para a decisão do governador.
Tarcísio ainda mantém sua agenda com o Republicanos, mas evita nomear membros da Igreja Universal para comando da articulação na Casa. O governador tem preferido nomear pessoas mais ao Centro e vê os partidos menos radicais como alternativa.
Duas fontes informaram à coluna que o fiel da balança para a decisão está na senadora Tereza Cristina. A ex-ministra é amiga de Tarcísio e tem sondado o governador sobre a possibilidade.
A ideia do Progressistas é vista como uma estratégia para afastar Tarcísio da extrema-direita e da ligação com cúpulas religiosas. Parlamentares ouvidos pelo iG disseram que o governador paulista é mais centrado e poderia se fortalecer em uma legenda mais 'neutra'.
Na visão de alguns membros do partido, a ideia de ter Tarcísio de Freitas é ótima pensando nas eleições de 2024 e 2026. Para as eleições do ano que vem, o partido mira um vice na Prefeitura de São Paulo. Já 2026, a ideia é crescer a legenda para a disputa da Presidência da República.
Entretanto, Gilberto Kassab, atual secretário de Governo de São Paulo, também tem interesse em Tarcísio de Freitas. Com o aumento de filiados do PSD, Kassab quer ter o governo de São Paulo e manter Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes.
A legenda tem os mesmos interesses que o Progressistas, mas mais focado no interior paulista.
PL só com a influência de Bolsonaro
A entrevista de Valdemar Costa Neto para a GloboNews sobre a disputa presidencial de 2026 caiu como uma bomba no Republicanos. Marcos Pereira procurou Costa Neto para cobrar explicações e ouviu que foi apenas uma insinuação. Entretanto, há quem queira Tarcísio de Freitas na legenda.
Fontes próximas ao governador e à cúpula do partido apontaram à coluna que o chefe do Palácio dos Bandeirantes é o substituto de Jair Bolsonaro caso o ex-presidente fique inelegível. Membros da legenda ainda tentam usar Bolsonaro como 'arma' para convencer o governador a migrar para o PL.
Para elas, a filiação de Tarcísio seria um ‘processo natural’ para chegar à presidência ou se fortalecer em São Paulo. Alguns deputados, inclusive, apontaram que o governador paulista teria mais facilidade para manter sua base na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) se mudar para o partido.
A ideia, porém, é rechaçada pelo próprio Tarcísio, que vê o PL mais alinhado com o extremismo e acredita que a possível filiação dele pode prejudicar seus relacionamentos como governador.
MDB com olho aberto
Fontes informaram à coluna que o MDB é outro partido que vê de longe a movimentação do Palácio dos Bandeirantes. Não houve conversas oficiais, mas algumas fontes ouvidas admitem a vontade de ter o governador paulista na legenda.
Eles afirmam que a perda de Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, para o PL deve prejudicar a legenda em 2024 e que a chegada de Tarcísio estancaria uma lacuna do partido no estado, que não teria vices na prefeitura da capital e nem no Palácio dos Bandeirantes, além de ter ficado de fora das presidências da Câmara Municipal e da Alesp.