Manobra pode adiar votação de reajuste dos policiais na Alesp

Parlamentares da oposição querem incluir agentes penais e da Fundação Casa no texto; Governistas resistem

Manobra pode adiar votação de reajuste de policiais na Alesp
Foto: Tom Oliveira/Alesp
Manobra pode adiar votação de reajuste de policiais na Alesp


A votação do projeto que prevê reajuste salarial para policiais civis e militares do Estado de São Paulo deve ser adiada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) , após impasses entre parlamentares da base e da oposição. A votação está marcada para está terça-feira (16), mas deputados articulam para jogar a discussão do texto para esta quarta-feira (17).

Parlamentares da oposição querem incluir agentes penais e da Fundação Casa do texto que prevê aumento salarial médio de 20% aos profissionais da Segurança Pública. A ideia, porém, não agrada a base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

PSOL e PT protocolaram emendas que foram recusadas pelo relator da matéria, deputado Carlos Cezar (PL). Após os impasses, o Congresso de Comissões foi suspenso e retomado no começo da noite desta terça.


O presidente da Alesp, André do Prado (PL), estuda a convocação de uma sessão extraordinária para a discussão da matéria ainda nesta terça. Para adiar a votação e forçar a implantação das propostas, a oposição deve enviar ao menos quatro emendas de plenário, o que obriga André do Prado a convocar um novo Congresso de Comissões.

Além da inclusão de agentes penais, PSOL e PT ainda forçam deputados da base governista a incluírem um dispositivo que cria uma alíquota fixa para os aumentos. A base, segundo parlamentares relataram à coluna, será de 20%.

As emendas devem ser apresentadas na sessão extraordinária, caso ela seja convocada. Se não for, os deputados estudam possibilidade de protocolar as propostas apenas nesta quarta-feira, o que pode provocar o adiamento da votação para quinta-feira (18).

O possível adiamento incomoda a base de Tarcísio, que quer a votação da matéria ainda nesta terça. Deputados comentaram com a coluna que o adiamento mostra que a oposição ao Palácio dos Bandeirantes está mais fortalecida que o esperado pelo governador.

Entenda o projeto

O projeto prevê o reajuste entre 13,7% e 34,2% para a categoria, entretanto, exclui policiais penais e agentes da Fundação Casa. A medida causou revolta entre os funcionários públicos, que protestaram contra os parlamentares.

A proposta prevê maior reajuste para policiais militares. Soldados de 2ª classe terão aumento de 34%, enquanto os aspirantes receberão reajuste de 13%.

Entre os policiais civis, a maior alta será para escrivães e investigadores de terceira classe, com 24% de aumento. Delegados especiais, por exemplo, vão receber bem menos: cerca de 14%.

A proposta foi enviada pelo governador Tarcísio de Freitas no último dia 2 de maio. Junto ao projeto, o Palácio dos Bandeirantes solicitou a urgência na votação da proposta.

A matéria é o principal teste de força de Tarcísio na Alesp. Qualquer alteração no texto é visto internamente como fraqueza da base governista de Tarcísio na Casa.

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