Deputados retiram assinaturas da CPMI e recebem críticas

Parlamentares revoltaram bolsonaristas

Manifestantes invadiram o Congresso, STF e Palácio do Planalto
Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Manifestantes invadiram o Congresso, STF e Palácio do Planalto


Quatro deputados federais retiraram suas assinaturas para a abertura da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do ato antidemocrático de 8 de janeiro . O pedido para que a comissão saía do papel é do deputado bolsonarista André Fernandes , que tem defendido o esclarecimento do episódio de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiram e depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes.

Chiquinho Brazão (União-RJ), Celio Silveira (MDB-GO), Pastor Gil (PL-MA) e José Nelto (PT-GO) resolveram não fazer parte dos parlamentares que apoiam a abertura da CPI. Tal decisão não pegou bem entre os bolsonaristas, que fizeram críticas nas redes sociais ao quarteto.

Segundo apurou o Portal iG, as assinaturas foram retiradas por questões políticas. A base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara não é favorável que se instaure uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito neste início de gestão. Os focos principais são as aprovações do novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, que serão apresentadas em breve pelo Ministério da Fazenda.

José Nelto, que é do Partido dos Trabalhadores, decidiu seguir a orientação da direção nacional da sigla comandada por Gleisi Hoffmann. Já Celio foi convencido por lideranças do MDB a não ir na contramão dos interesses do governo federal. Chiquinho Brazão e Pastor Gil também seguiram recomendações de seus aliados e bases eleitorais.

A retirada das assinaturas não foi bem recebida por deputados bolsonaristas.  A ala que apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro tem dito nos corredores de Brasília que parlamentares estão voltando atrás em relação a CPMI por conta de acordos que fizeram com o governo federal.

Um desses supostos acordos é a facilitação de recebimento de emendas para distribuir em bases eleitorais dos deputados. Outra acusação feita é que figuras políticas estão barrando a comissão para poder ter influência na hora de fazer indicações em ministérios e conselhos de estatais.

Procurados, deputados não se posicionaram

O Portal iG entrou em contato com os quatro deputados que retiraram as assinaturas para saber quais motivos os fizeram não apoiar mais a abertura da CPMI. Porém, até o momento, não obtivemos respostas. André Fernandes também foi procurado, mas não se posicionou.

Caso se pronunciem sobre o tema, a reportagem será atualizada.


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