Lula vai intensificar negociações para obter maioria no Congresso nesta semana
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Lula vai intensificar negociações para obter maioria no Congresso nesta semana

O ano Legislativo está prestes a começar e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) corre contra o tempo para conquistar a maioria dos congressistas na Câmara dos Deputados e no Senado para ter suas pautas aprovadas com folga, mas encontram barreiras dos opositores. Os petistas, porém, veem uma trégua na disputa após os ataques aos Três Poderes.

Quando eleito, Lula e seus aliados já esperavam encontrar dificuldade para angariar apoio em suas pautas, principalmente entre os bolsonaristas mais ferrenhos e a bancada evangélica. Havia, inclusive, expectativa de fortes ataques contra ações do governo, porém, os atos terroristas em Brasília mudaram os rumos do parlamento.

Um deputado aliado ao Centro conversou com a coluna e disse que Lula ainda enfrenta forte resistência dos congressistas. Entretanto, ele acredita que o petista deve contornar a situação e vê apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfraquecidos neste momento.

“Os ataques deram uma trégua ao governo para negociar com mais facilidade com os parlamentares. Ainda está difícil para o governo, mas, dependendo das negociações, Lula poderá contornar o atual cenário”, disse o parlamentar.

“Os atos em Brasília foram creditados ao bolsonarismo, então, o grupo mais alinhado ao Bolsonaro tenta se desvencilhar dessa imagem. Nesse momento, o bolsonarismo no Congresso está enfraquecido, mas nada impede – e pode acontecer – que retomem o patamar anterior”, completa.

Lula e seus aliados encontram algumas barreiras para fechar apoios no Legislativo, principalmente relacionadas ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Alguns partidos foram favoráveis ao processo de destituição e veem os ataques petistas como uma afronta as decisões dos deputados e senadores.

“O primeiro teste do ano passado [PEC da Transição], foi com a legislatura antiga, onde o PT tinha maior abertura para o diálogo. Ainda é necessário ver como o governo conversará com um Congresso mais à direita, já que ainda vivemos uma polarização”, completa um assessor parlamentar.

Para reverter o cenário, o Palácio do Planalto negocia cargos de segundo e terceiro escalão do governo. Lula ainda conta com apoio dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para angariar os apoios no Legislativo. A tendência é que os dois parlamentares sejam reeleitos para comandar as duas Casas por mais dois anos e devem seguir alinhados ao petista.

As negociações devem se aprofundar a partir desta semana, quando os trabalhos no Congresso Nacional serão retomados. A equipe de Lula acredita que terá maioria para aprovar as propostas de interesse do governo, principalmente na área econômica, onde congressistas veem com bons olhos as ações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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