O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já avisou aos seus aliados que não quer a instauração da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar bolsonaristas que tentaram dar um golpe de estado no dia 8 de janeiro. O chefe do Executivo federal alegou que o processo apenas prejudicar o andamento de projetos importantes do governo federal.
Após as ações de vândalos contra os prédios dos três poderes em Brasília, políticos de esquerda e centro-direita passaram a defender a tese de abrir uma CPI para investigar quem participou, incentivou e/ou financiou as manifestações antidemocráticas. Até mesmo líderes do PT concordaram com a ideia.
Porém, o tema perdeu força com o posicionamento de Lula. O presidente evidenciou ao seu grupo que uma Comissão Parlamentar de Inquérito nos primeiros meses de governo poderia frear a discussão de outros temas importantes, como a aprovação da nova âncora fiscal e a reforma tributária.
O mandatário argumentou que assuntos fortes, quando se transformam em CPI, monopolizam o debate político. Ele citou o Mensalão, a Covid e as fake news como três exemplos. Ele não quer que as ações da sua gestão fiquem em segundo plano.
Para conter a base, que não esconde o desejo de capturar os responsáveis pelos atos antidemocráticos, Lula destacou o trabalho feito pela imprensa, judiciário e polícia para encontrar os envolvidos no caso.
Na avaliação do petista, não há necessidade da classe política focar no assunto, sendo que há outras pautas importantes para serem tratadas.
Lula quer foco na reforma tributária e nova âncora fiscal
Lula tem adotado um tom otimista na área econômica. Ele apostou com aliados que a reforma tributária e a nova âncora fiscal serão aprovadas pelo Congresso.
O governante elogiou o trabalho desenvolvido por Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, e que Geraldo Alckmin (PSB) terá papel fundamental nas negociações com os parlamentares.
Lula quer que os dois temas sejam resolvidos ainda no primeiro semestre. Não por acaso ele proibiu que o PT coloque em discussão as chamadas pautas de costumes.
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