Os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Carlos Portinho (PL-RJ) tentaram nesta segunda-feira (9) articular no Congresso Nacional uma defesa ao governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Mas a tentativa não funcionou e os dois bolsonaristas foram isolados por colegas.
A informação inicial foi dada pela jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, e confirmada pelo Portal iG com colegas dos parlamentares.
O ato de terrorismo em Brasília fez com que o núcleo duro do bolsonarismo buscasse caminhos para enfrentar as críticas da mídia e também impedir que fiéis apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso sejam punidos. Flávio e Portinho ficaram responsáveis por articularem entre deputados e senadores.
Os dois procuraram pessoas que fizeram parte da base do antigo governo para formar um grupo que defendesse políticos que se tornassem alvo dos ministros do Supremo Tribunal Federal. A primeira tentativa de colocar o plano em ação foi com Ibaneis Rocha, afastado por Alexandre de Moraes do cargo de governador do Distrito Federal.
Só que tanto Flávio quanto Carlos receberam negativas e ainda escutaram críticas. “Não dá para defender o indefensável. O Ibaneis e o Anderson Torres procuraram esse caminho, eles que se defendam na Justiça. A classe política precisa defender a democracia. Essa é a nossa preocupação”, falou um senador.
Flávio e Portinho abortaram a missão e pediram para que o núcleo duro focasse na guerra de narrativa pelas redes sociais. “Vão tentar emplacar a ideia que tudo aconteceu por culpa de esquerdistas infiltrados. Mas, se eu fosse eles, ficaria preocupado com a Justiça”, opinou um deputado.
Aliados acreditam que Bolsonaro chegou ao fim
O grupo tem convicção que Bolsonaro chegou ao fim. A avaliação é que, mesmo que o ex-presidente não seja preso, dificilmente a Justiça o deixará ser candidato. “Vai ficar inelegível. Temos certeza disso. O Supremo só precisava do episódio de ontem para legitimar essa decisão”, comentou um senador.
Conforme o Portal iG noticiou, boa parte dos políticos de direita já procurava outro nome para liderar a oposição no Congresso. A ideia é que o assunto ganhe força apenas depois que o caos em Brasília perder protagonismo.
“É hora de discutir a manutenção da democracia. Oposição e situação serão debatidas mais para frente. Provavelmente depois que a nova legislatura tomar posse”, concluiu o parlamentar.
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