O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) não vai receber salário do PL enquanto estiver nos Estados Unidos. A decisão foi tomada por Valdemar Costa Neto após receber cobranças de filiados. O presidente da sigla informou que o ex-chefe do Executivo federal só ganhará o que foi combinado quando for encontrado no Brasil.
A informação foi dada inicialmente pela jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, e confirmada pelo Portal iG. Uma grande ala do PL – que conta com o apoio de alguns parlamentares do Republicanos – já trabalha nos bastidores para formar um novo líder de oposição, porque não confiam mais em Bolsonaro.
Porém, Valdemar tem mantido sua posição de dar toda a estrutura da legenda para que o ex-presidente seja o principal opositor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A avaliação do cacique político é que o capitão da reserva tem enorme capital político e não pode ser desperdiçado.
Só que o chefe do PL recebeu reclamações sobre o pagamento de salário – valor vai ficar acima de R$ 39 mil – a Bolsonaro, sendo que ele está nos Estados Unidos sem trabalhar. Costa então respondeu que a verba só será paga quando o antigo mandatário estiver no Brasil.
Bolsonaro já foi informado da decisão do presidente do PL e não demonstrou resistência. Ele tem dito que deverá ficar até o fim de março no país norte-americano ao lado da sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que também só receberá salário quando estiver no Brasil.
Só que essa não é a maior preocupação da agremiação. Valdemar tenta se livrar da multa de R$ 22 milhões impostas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A punição foi dada pelo magistrado depois que a legenda entrou com uma ação solicitando a anulação de 300 mil votos apenas no segundo turno.
Bolsonaro e a liderança na oposição
A liderança de Bolsonaro foi colocada em xeque por causa do seu comportamento nos últimos dois meses de governo. Uma ala tem articulado para que outro político ocupe o status de líder da direita, enfrentando as pautas defendidas por Lula e seus aliados.
Porém, parlamentares fiéis não devem ficar quietos. Os filhos do ex-presidente trabalham nos bastidores para defender o legado bolsonarista e garantem aos mais próximos que o pai retornará o Brasil ainda no primeiro trimestre para orientar quais os passos que a oposição seguirá.
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