O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não é visto mais como a principal liderança da oposição por parte de alguns aliados. Desde a sua ida para os Estados Unidos, um grupo de parlamentares e caciques partidários quer formar uma nova liderança para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A reclusão de Bolsonaro nos últimos dois meses do seu mandato e a ida para outro país foram vistas como atos de covardia por políticos que fizeram parte da base bolsonarista. Tais comportamentos colocaram em dúvida se o ex-chefe do Executivo federal tem personalidade suficiente para liderar um projeto de oposição pelos próximos quatro anos.
A opinião sobre o antigo mandatário do Brasil mudou de outubro para cá. Era quase que unânime que Bolsonaro havia provado que era popular e o único capaz de enfrentar o PT pelos próximos anos. No entanto, o diagnóstico passou a ser outro por parte de algumas lideranças políticas.
A compreensão é que milhões de votos conquistados pelo capitão da reserva partiram de eleitores que são antipetistas e esse grupo não terá nenhum problema em apoiar outro nome da direita. “Tarcísio [de Freitas], [Romeu] Zema e Ratinho [Jr.] possuem condições para terem o apoio dessas pessoas”, explica um deputado federal do Republicanos.
Também foi identificado que muitos bolsonaristas se frustraram com o comportamento de Bolsonaro em relação aos manifestantes que ficaram nas portas de quartéis. “Muitos se sentiram enganados. Depositaram uma esperança em uma pessoa que não fez nenhum esforço para protegê-los”, acrescenta.
Grupo quer uma nova liderança
O grupo quer um nome forte para liderar a oposição. Zema e Ratinho são vistos como os favoritos para ocupar o lugar de Bolsonaro. Tarcísio também é colocado com chances de ocupar esse espaço por governar o estado de São Paulo, mas sua personalidade é considerada um empecilho para ele ser o principal opositor de Lula.
No entanto, o grupo não terá vida fácil para descartar o ex-presidente. Os filhos e aliados fiéis de Bolsonaro garantem que seguirão defendendo o legado do antigo governante do Brasil. Além disso, o capitão da reserva afirmou que vai tirar um período de férias e retornará ao país para defender planos que servirão para enfrentar o PT.
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