O presidente da República Jair Bolsonaro (PL) foi procurado por aliados para debater o projeto do senador vitalício para ex-presidentes. O chefe do Executivo federal demonstrou irritação por ser o último que soube do plano, mas escutou os detalhes da lei. Arthur Lira (PP-AL) é o principal articulador.
Segundo apurou o Portal iG, Lira apresentou o projeto para lideranças do PT e PSB, que concordaram com as argumentações do presidente da Câmara. Com o sinal verde dada pela esquerda, o deputado federal procurou Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para ajudá-lo a convencer a bancada do Partido Liberal a votar a favor do projeto.
O senador foi até o Palácio da Alvorada e conversou com o pai sobre o plano. Ele explicou que a ideia é criar um mecanismo que possa proteger Bolsonaro da prisão. A contraproposta é que a PEC da Transição seja aprovada na Câmara.
Bolsonaro recusou e Lira teve que entrar em campo para explicar os detalhes da lei. O presidente da Câmara relatou que o mandatário corre risco de ir para a prisão depois que deixar o cargo e o senador vitalício pode ajudá-lo a ficar protegido, já que conquistará o foro privilegiado.
Além disso, terá direito a discursar e debater os projetos, usando a influência para convencer os outros senadores. O ponto negativo a ele é a proibição de votar.
Porém, caso aceite ser um senador vitalício, ele não poderá concorrer a nenhum outro cargo. Ou seja, o projeto de disputar a eleição presidencial em 2026 não sairá do papel e o bolsonarismo precisará criar um novo nome.
Bolsonaro não quer ser senador vitalício
Bolsonaro escutou atentamente o projeto e sua resistência diminuiu. Ele não quer a aprovação da PEC da Transição por dois anos, mas vê com bons olhos que os ex-presidentes possam ter o cargo de senador vitalício.
Só que, neste primeiro momento, ele não pretende aceitar o cargo, caso saía do papel. Ele só recorrerá a função se perceber que será preso por ordem do Supremo Tribunal Federal.
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