A recusa da cardiologista Ludhmila Hajjar em aceitar ser a nova ministra da Saúde do Governo Federal no lugar do general Eduardo Pazuello levou os bolsonaristas a trabalharem pelo nome do médico Marcelo Queiroga. É bem verdade que o Centrão queria que fosse o deputado fluminense Doutor Luizinho (PP). Para se ter uma ideia, em Brasília, nesta segunda-feira circulou de mão em mão a entrevista ao jornal O Dia, publicada neste domingo, do deputado Doutor Luizinho (PP/RJ) em que ele comenta a atual situação da pandemia de coronavírus no Brasil e no Rio de Janeiro. Em resposta a uma pergunta do colunista Sidney Rezende, Luizinho comenta abertamente: "Infelizmente nós atravessamos três trocas de ministros, o que impactou de forma extraordinária na forma que o ministério atua, mas, no âmbito geral, a partir da chegada do ministro Pazuello, está conseguindo ser atendida a questão dos respiradores, algumas das principais demandas, mas a gente vem enfrentando dificuldade muito grande em ter efetivamente uma vacinação em massa no nosso país", disse. Luizinho identificou um gargalo a ser superado. "Neste momento, o nosso problema é falta de doses, e não de falta de organização do PNI. É claro que acho que a gente poderia, pelo PNI, ter um alinhamento com todos os estados e municípios".
Pressão para dizer não
Amigos próximos do Rio pediram a Luizinho, que já foi secretário Municipal de Nova Iguaçu e secretário estadual de Saúde, que recusasse o convite, caso ele fosse formulado. O que eles argumentaram é que ser subordinado do presidente é muito difícil, e que o deputado, apesar de comprovada capacidade, "só teria um ano para desenvolver seu trabalho". Um outro colega, que pediu para não ser identificado, foi mais fundo. "Luizinho não é negacionista, e iria apanhar tanto da oposição, da mídia, e tão cobrado que não valeria a pena ser ministro. Ademais, ele é o atual presidente estadual do PP no Rio, e ganharia mais se ficar quieto", diz.
Contra o preconceito
A deputada federal fluminense Benedita da Silva (PT) pretende solicitar um espaço na agenda do ex-presidente Lula para pedir para ele encampar a bandeira da causa negra. "A discriminação das populações negras, situação que se mantém basicamente a mesma desde a abolição da escravidão", disse ela.
Empresários fluminenses mais cautelosos
Cerca de 76,8% dos empreendedores esperam que seus negócios nos próximos três meses melhore ou melhore muito; em fevereiro esse percentual era de 77,8%. Já o número dos que acham que vai piorar ou piorar muito saltou de 8,3% em fevereiro, para 12,3%.