Reviravoltas fazem parte do jogo da política. Poucas horas depois de o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anular nesta segunda-feira (8) todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Operação Lava Jato, não se falava de outra coisa no Brasil. No caso específico do Rio, a notícia foi recebida com euforia junto aos apoiadores do vereador Lindbergh Farias. Na avaliação dos amigos, se Lula conseguir tornar-se elegível para a presidência da República, seria natural "Lindinho", como é conhecido o ex-prefeito de Nova Iguaçu, desencavar sua candidatura ao governo do Rio. Há um ano, Farias e Gleisi Hoffmann protagonizaram um estresse na porta de um hotel no Rio onde bolsonaristas jogaram cadeiras e objetos nos petistas. O grupo gritava "Vão pra Cuba!". Gleisi revidou: "E você vai para o inferno, com Bolsonaro!". Sobre a decisão de Fachin, Lindbergh falou: "A decisão de anular as condenações de Lula relacionadas a Lava Jato é o reconhecimento de que Sérgio Moro nunca poderia ter julgado Lula. A injustiça contra Lula deve ser corrigida. Vitória da democracia!"
Fora, Lava Jato
O presidente do PT estadual, João Maurício, por sua vez, sem analisar nomes de possíveis candidatos, preferiu a serenidade e disse que esta discussão ficará para o começo do ano que vem, pois "a prioridade é a escolha da chapa para deputados estadual e federal". Já para o deputado petista Waldeck Carneiro,"a divulgação de vários diálogos envolvendo o ex-juiz Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba revela que esses processos judiciais, na verdade, tinham mais uma cara de conspiração, do que propriamente algo que tivesse seguido o devido processo legal. Os processos voltam a estaca zero e o presidente Lula recupera seus direitos políticos que foram arbitrariamente tomados de modo a impedi-lo de disputar a eleição presidencial de 2018".
Fiel à cartilha
O secretário de Fazenda do Estado, Guilherme Mercês, foi perguntado se ele defendia o fim do teto de gastos e a mudança da regra de ouro, e disse que "não". O argumento é que "a regra de ouro é importante porque impede que o endividamento seja a fonte de despesas obrigatórias. O endividamento deve ter a função de gerar receitas futuras, e esse é o papel dos investimentos", diz ele.