O ano que já vai tarde; 2020 não deixará saudades
Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
O ano que já vai tarde; 2020 não deixará saudades

O ano de 2020 nos obrigou a mudarmos nossas relações sociais, nossos hábitos. É provável que as boas práticas de higiene, por exemplo, continuem intensas por mais algum tempo. Em fevereiro, a infecção provocada pelo novo coronavírus passou a receber o nome de Covid-19. Mas ainda não era familiar. O foliões e turistas que vibraram com o Carnaval deste ano, que teve como desfecho a vitória da escola de Niterói Unidos do Viradouro, nunca tivessem ouvido falar em coronavírus. Os meses foram passando e a dor aumentou com o crescimento da doença e o grande número de mortos.

O Rio de Janeiro perdeu um senador, Arolde de Oliveira (PSD), com 83 anos; o parlamentar mais idoso da Assembleia Legislativa (Alerj), o deputado estadual João Peixoto (DC-RJ), de 75 anos. O que dizer da morte do deputado estadual Gil Vianna (PSL), de apenas 54 anos, em um hospital particular de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense? Registramos o drama de Dona Mercedes que perdeu mais um filho, Carlos Boechat. Dessa vez, por causa da Covid. Foi mesmo um ano perverso.

INFECTADOS

O cidadão fluminense não poderia imaginar que seus governantes seriam testados positivos para a Covid, como foi o caso dos governadores Wilson Witzel e Cláudio Castro, muito menos que haveria um processo de impeachment em curso que tiraria do poder um ex-juiz criminal. E, mais ainda, que já no final do ano o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, bispo afastado da Igreja Universal do Reino de Deus, fosse acusado de corrupção e de liderar um tal "QG da Propina". O ano de 2020 foi na verdade um ano rebelde, que fez o que quis, mas que terá em 2021 um adversário de peso, principalmente se a vacina contra o vírus for eficaz. Já a vacina para a corrupção ainda não foi inventada.

Choque na ala bolsonarista

A prisão do prefeito afastado Marcelo Crivella, do Republicanos, gerou um profundo mal estar na ala bolsonarista que perfilou ao lado do bispo na eleição que levou à vitória Eduardo Paes. Em Brasília, aliados do "bolsonarismo raiz" defendem que todos os "amigos do presidente" e os filhos Carlos Bolsonaro, segundo mais votado para a Câmara de Vereadores, e o senador Flávio deveriam deixar o partido para demonstrarem que não integram o chamado "QG da Propina".

A dor de cabeça de 2021

As contas do município do Rio não suportam uma simples análise de capacidade de pagamento. A cidade foi classificada com a nota C, segundo a Secretaria de Tesouro Nacional, portanto, sem rating para empréstimos com garantia da União. Isso traz consequências como a impossibilidade de contratar operações de crédito, aumentar o custo de serviços e insumos, além de afastar o interesse de investimento na cidade.

Paz na Controladoria-Geral do Município

A transição de governo da prefeitura do Rio está tranquila entre os controladores Francisco Bandeira e Gustavo Bramili, que será o responsável pelos recursos municipais nos próximos quatro anos. Esperava-se algo mais acirrado, já que ninguém queria ocupar o cargo. Porém, ambos são servidores de carreira e já marcaram até uma reunião para selar o bom andamento dos trabalhos.

A revolta das mulheres

Por 70 anos, o município de Três Rios não elegeu uma só mulher para o Legislativo municipal. A presença masculina incomodou o sexo feminino. Mas este ano, isto ficou para trás. Foram eleitas de uma só vez quatro vereadoras: Ana Clara, Bia Bogossian, Jaqueline Costa e Carol, da Patinha Amiga.

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