Com o resultado da eleição de ontem, a cidade ganhou uma nova administração para os próximos quatro anos. A vitória foi de Eduardo Paes, mas foi também do povo do Rio de Janeiro. Ao conduzir o candidato do DEM à prefeitura, o carioca votou em si mesmo e rejeitou o lobo em pele de cordeiro encarnado por Marcelo Crivella — que em seus quatro anos de mandato revelou sua pequena estatura como homem e como político.
Mesmo sendo um veterano, Paes encarna o desejo de renovação da administração municipal. Prefeito por dois mandatos, por duas vezes teve seu nome na mira de investigações motivadas por acusações que não se confirmaram. Derrotado por Wilson Witzel na eleição para governador em 2018, ele desta vez não foi abatido pelas mentiras lançadas por Crivella. E retorna à Prefeitura do Rio com a obrigação de fazer da cidade um lugar mais digno e acolhedor para todos.
ZONA DE CONFORTO
Crivella deve ao cidadão um pedido de desculpas por ter se valido da palavra de Deus para tentar se manter na prefeitura. O carioca ignorou a falsa pregação e escolheu alguém identificado com sua alma. Alguém de quem possa cobrar eficiência e ter a esperança de ser atendido.
Essa identificação com o povo que o elegeu, ao contrário de levar Paes a uma zona de conforto de onde governe sem cobranças, multiplica o peso de sua responsabilidade. Paes precisa, desde o início, transmitir ao povo a sensação de que a cidade voltará a ter uma administração municipal digna desse nome. Do contrário, corre o risco de ver rompido logo na largada o laço de confiança que, com tanta dificuldade, conseguiu reatar com o povo do Rio.
A mesma que dá a Paes os parabéns pela vitória, esta coluna, em nome dos jornais O DIA e Meia Hora, assume com ele o compromisso de tratá-lo sempre com respeito. De elogiar sempre que possível e criticar sempre que necessário. Além disso, manifesta ao eleitor a intenção de continuar cobrando do poder público a transparência, a eficiência e o bom uso do dinheiro do povo. E, sob os braços abertos do Cristo Redentor, agradece a Deus por não permitir que seu nome continuasse a ser usado para enganar o povo.