O enrolado com a Justiça deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), pivô do tititi ontem sobre suspeita de compra irregular da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde, não contou a história toda ainda.
A bomba jogada por ele no noticiário, de que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre suposto esquema na pasta, saiu dois dias após o retorno dos Estados Unidos de seu irmão, Luís Ricardo Miranda, chefe da Divisão de Importação do Departamento de Logística do Ministério.
Segundo consta no D.O. da União, em pesquisa pela reportagem, ele ficou em Miami por seis dias, em missão oficial, para acompanhar tratativas de doação e possível negociação de vacinas do laboratório Janssen Cilag.
Luis Ricardo pode ter muito a contar para a CPI da Pandemia sobre sua visita. E o deputado encrenqueiro terá de explicar, também na Comissão, por que só revelou há dias algo sério que aconteceu em março – e não deu publicidade quando ocorreu há três meses.
Luís Ricardo Miranda é servidor de carreira da Saúde e foi promovido para o cargo atual em 2018, no Governo Michel Temer, pelo então ministro Gilberto Occhi. O deputado Luís Miranda, um neobolsonarista, acusado de picaretagem e estelionato, é filiado ao DEM, opositor ao Governo. Ele tenta proximidade com o presidente, que não o recebeu mais. Bolsonaro suspeita de sua ligação com o ex-ministro Luís Mandetta.
Conforme a Coluna noticiou meses atrás, há uma guerra velada de laboratórios dentro do Ministério da Saúde por vendas das vacinas em contratos vultosos. Miranda chegou a perder a função na gestão Pazuello, mas o ministro recuou e o manteve.