O presidente Jair Bolsonaro está usando o poder do cargo, e da empatia com partidos aliados, para trocar o nome de legendas que se alinhem à sua postura ideológica, com promessas de filiação para disputar a reeleição ano que vem.
Depois de prometer entrar no Partido Ecológico Nacional (PEN), que virou Patriota, e no Partido da Mulher Brasileira (PMB), que se tornou há dias o Brasil 35 – ambas as alterações a pedido de Bolsonaro – o presidente recebeu para jantar anteontem três filhos do falecido Levy Fidélix, que controla o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro. Com vistas a eventual filiação, o PRTB vai anteder o pedido e alterar seu nome após consulta a diretórios.
A vice-presidente do PRTB, que assumiu o comando, é a viúva de Levy, Aldinéia. Um filho seu é secretário-geral, e a filha Lívia, que disputou para deputada, é tesoureira.
PRTB vai mudar nome para Aliança 28 e filiar Bolsonaro para disputar reeleição. Este é o trato por ora. Assim, morre o projeto de bolsonaristas da criação do Aliança para o Brasil, que recolhia assinaturas até o início de 2020.
Bolsonaro tem o aval da sua advogada eleitoral Karina Kuffa, que participou do jantar com os filhos do falecido Levy Fidelix anteontem. Ele sabe que a um ano das convenções partidárias não há mais tempo de recolher assinaturas e fundar novo partido.