A declaração do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que nunca indicou remédio para o tratamento do Covid-19, contrasta com a Nota Informativa (Nº 17/2020) na qual constam orientações da pasta para o “manuseio medicamentoso precoce” de pacientes com diagnóstico da doença.
No documento de 74 páginas, é recomendado o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina sob argumento, entre outros, de que diversas instituições, tanto internacionais quanto nacionais, preconizam o uso dos dois medicamentos – que não têm eficácia comprovada – em pacientes.
A Nota contém diversas orientações para o uso dos medicamentos, como dosagens para sintomas leves, moderados e graves, e para crianças: “Os pediatras devem estar alertas para o pronto reconhecimento destes casos, incluindo crianças com febre prolongada e não esclarecida, possibilitando o reconhecimento e o manejo adequado e oportuno”.
Dias atrás, em meio ao colapso em Manaus, o Ministério da Saúde lançou o TrateCOV. Voltado para profissionais da saúde, o aplicativo também recomenda e orienta o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina.
Deputados do PT e do Psol foram ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público com pedido de investigação de Eduardo Pazuello, após o ministro pressionar a Prefeitura de Manaus a receitar o uso de cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada.