Acossado pela ameaça de impeachment, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) intensifica as articulações para evitar reveses no Congresso, principalmente na Câmara, onde processos por crime de responsabilidade contra presidentes começam a tramitar.
Bolsonaro tem recebido deputados do Centrão em seu gabinete diariamente. A agenda privilegia bancadas que, apesar de terem declarado apoio ao candidato do Planalto, Arthur Lira (PP-AL), ainda estão divididas. A ordem é afinar o discurso e ampliar os votos para evitar que o grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ) vença a disputa.
No Planalto, a avaliação é de que, por ora, não há ameaça de impeachment, mas Bolsonaro e a cúpula do Governo estão em alerta para eventuais desdobramentos após a definição, em fevereiro, dos novos comandos da Câmara e do Senado.
Bolsonaro é o presidente recordista em pedidos de impeachment. Já são 60 protocolados e, nesta semana, será alvo de mais um – por suposta responsabilidade no colapso da saúde em Manaus.
Candidato de Rodrigo Maia, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) angariou o apoio da oposição após concordar com a carta de compromisso que prevê, no item 3.6: “Dar resposta a crimes do Executivo, incluindo analisar denúncias de crimes do presidente da República”.