A política é o campo das realizações sociais por excelência. Ou pelo menos deveria ser. A expressão dos sonhos, projetos, anseios, demandas e interesses da sociedade como um todo passam muito pela política, mais ainda numa democracia.
Às vezes, porém, esses anseios "saem dos trilhos" e se mostram de modo totalmente incompatível com os valores contemporâneos de uma sociedade desenvolvida, incluindo a própria democracia.
O candidato à presidência dos EUA, e seu ex-presidente, Donald Trump, sofreu um atentado em plena campanha . O tiro, tudo indica, tinha como endereço a cabeça de Trump, mas acertou-lhe a orelha direita de raspão. Provavelmente, uma centralização do tiro em 0,5 cm, ou menos, teria provocado a morte do candidato republicano.
Os EUA tem tradição em ao menos dois aspectos dentro desse tema: pleno acesso a armas por praticamente qualquer pessoa e atentados a figuras públicas, presidentes inclusive. Abraham Lincoln e John Kennedy foram os mais famosos políticos, e presidentes, mortos a tiros em atentados públicos.
Mas Ronald Reagan, tal como Trump, foi alvo de uma tentativa de morte quando também era presidente. Sem contar Malcolm-X e Martin Luther King, líderes sociais e personagens políticos também mortos a tiros e em público.
Essa "tradição", contudo, não deixa de chocar. Ver algo dessa natureza ocorrer numa nação desenvolvida, a auto-denominada "maior democracia do mundo", em pleno 2024, é sem dúvida impactante.
Quanto aos desdobramentos, certamente a parte policial e judicial ficará num segundo plano, ao menos neste momento. Trata-se de algo que entrará na campanha como um evento político .
Ajudará a eleger Trump? Difícil saber, no entanto, certamente trata-se de um fato novo, e bastante relevante, nesta campanha norte-americana.