Confidencial - onze táticas infalíveis para conquistar o poder
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Confidencial - onze táticas infalíveis para conquistar o poder


Primeira lição: precisamos identificar grupos que, por qualquer razão, estão na base da pirâmide social. Podem ser pobres, proletários ou imigrantes. Sem dúvida há espaço para pensar fora da caixa. Na próxima fase precisamos mapear aqueles grupos que estão em situação melhor. Para finalizar esta primeira aula é importante entender que é preciso convencer o grupo subestimado que a causa de sua circunstância precária é única e exclusivamente culpa do grupo avantajado, e que este mesmo grupo deve ser convencido que explora o outro. 

Segunda lição, é fundamental entender que fatos não são relevantes ao percorrer o caminho ao poder. Portanto, todo e qualquer dado estatístico ou estudo científico que não seja benéfico a causa deve ser visto como manipulação e guerra de desinformação. Qualquer narrativa que nos contradiz deve ser vista como ataques das elites que devemos combater. 

Lição três, não precisamos necessariamente que a divisão de grupos de nós contra eles, lide com minorias. Se é possível dividi-los entre oprimidos e opressores é o suficiente. Como exemplo, homens e mulheres. O fato que mulheres em países democráticos poderiam formar um partido e ganhar metade dos votos é irrelevante e improdutivo. Se alguém sugerir esta ideia categorize-o como machista e lute para cancelá-lo nas redes sociais!

Lição quatro, encontre problemas insolúveis na sociedade e construa sua narrativa em volta deles colocando a culpa no grupo opressor. Um exemplo simples é a desigualdade. Você deve estar se perguntando:  quando estivermos no poder também não vamos conseguir resolver os mesmos desafios. Claramente você é imaturo. Culpe as elites de barrarem e lutarem contra  as mudanças que vem modificar o status-quo.

Lição cinco, ache culpados externos. Os problemas da Venezuela e Cuba, por exemplo, são de responsabilidade dos Americanos,  já o sofrimento dos palestinos são culpa apenas da ocupação sionista, jamais por causa de suas lideranças e escolhas. Obviamente todos os problemas na Alemanha e Áustria na década de 30 eram por causa, é claro, dos judeus. A pobreza na África é, obviamente, resultado dos colonialistas. 

Lição seis, mude fatos históricos. A grande depressão nos EUA foi causada pelos empresários e não pelo recém criado banco central americano que secou a economia de capital. Aprenda com grandes líderes como Stalin e Hitler, o primeiro se colocou como relevante na revolução Russa, um sucessor natural de Lenin, e o segundo doutrinou as escolas com a superioridade ariana. Para mais informações, leia sobre o ministério da verdade no livro 1984 de George Orwell. 

Lição sete, crie sua imagem de herói nacional. Cartazes, literatura e artes foram utilizados para incutir a imagem de Mao como um líder heróico e infalível, retratando-o como o "Grande Timoneiro" da nação. Chávez na Venezuela, Fidel Castro em Cuba e Kim Jong-un na Coreia do Norte fizeram suas lições de história e você deve fazer também. 

Lição oito, mude o significado das palavras. Este é um dos aprendizados mais geniais. Um país democrático que já tem constituição e leis, são desafios enormes para o poder absoluto. Mas se os significados das palavras mudarem, a interpretação das leis existentes também mudam. Por exemplo, a palavra genocídio formalizada após a Segunda Guerra Mundial é usada para descrever atos cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso - hoje, é interpretado como qualquer ato que Israel faz para defender seu estado de seus inimigos. 

Lição nove, sempre a razão pelas quais os problemas existem é porque o governo não tem domínio suficiente. É brilhante. Quando chegar ao poder, já terá a justificativa para centralizar mais autoridade no governo, ou seja, em você. Quando as coisas não derem certo, você esclarecerá que precisa aumentar impostos e claro o tamanho do governo sucessivamente. Quando as empresas começarem a quebrar, você dará subsídio e assim, eles serão seus prisioneiros. 

Lição número dez, crie uma urgência apocalíptica. Mudanças climáticas, guerra fria, terrorismo, pandemias, crises economicas. Todas estas são justificativas para violar regras invioláveis e centralizar ainda mais poder no estado. Veja, não estou negando a existência da crise ambiental ou de pandemias, o ponto é alavancá-lo para chegar ao topo, e centralizar ainda mais recursos, aumentar impostos, destruir rivais, tudo, é claro, em prol da sociedade. Lembre-se, sua moralidade é inquestionável! Só você fará o bem maior assim que tiver o poder absoluto.

Seja o protagonista de uma saga revolucionária, não muito diferente de Robin Hood roubando dos ricos, mas distribuindo para você e seus amigos para se perpetuar no comando, desta vez, talvez com menos arco e flecha e mais hashtags. Lembre-se de que, para fazer o bem, é fundamental que sua família e de seus aliados estejam seguros financeiramente pelo menos por mais dez gerações. Esta é a décima primeira lição do poder. Agora, vá à luta por um mundo melhor: o seu.  

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