O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou como meta indicar o nome para o Supremo Tribunal Federal na primeira quinzena de maio. O petista ainda quer conversar com aliados e também com alguns ministros do STF para bater o martelo, mas não quer prolongar muito o tema.
O favorito do petista é Cristiano Zanin para ocupar a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski no começo de abril . Ele é muito grato pelo trabalho do advogado na sua defesa durante a Operação Lava Jato e também o considera capacitado para fazer parte da Corte.
Boa parte do PT e da sua base governista concorda com a visão de Lula. Os pontos positivos, na opinião de uma ala da situação, é que Zanin tem uma visão progressista do mundo, é discreto, dificilmente toma decisões no calor da emoção e é jovem, possibilitando que ele fique por quase três décadas no Supremo.
Só que outro grupo que apoia o governo federal não concorda com a indicação do advogado. Eles avaliam que o nome pode sofrer resistência do Senado, obrigando o Planalto a negociar para não sofrer uma derrota política, sobrecarregando a situação no meio das articulações das votações da PL das Fake News, do novo arcabouço fiscal e também da reforma da previdência.
Além disso, essa ala enxerga Zanin como uma pessoa muito próxima de Lula, o que pode passar a mensagem de que o presidente quer ser favorecido em futuras decisões do Supremo. Há quem tem usado a frase “não basta ser honesto, tem que parecer honesto”, argumentando contra o advogado.
Fato é que o presidente não quer transformar indicação em uma novela. Ele informou que pretende revelar o nome até dia 15 de maio, dando a responsabilidade da sabatina para o Senado.
Lula também considera um tempo razoável para Zanin convencer a grande maioria de que ele é o melhor nome.
Ainda não foram descartadas a hipótese de indicar uma mulher ou um jurista negro.