Daniel Cesar

Aliados de Bolsonaro procuram TSE para evitar inegibilidade

Parlamentares foram escolhidos pelo próprio ex-presidente para ajudar na missão

O ex-presidente da república Jair Messias Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR
O ex-presidente da república Jair Messias Bolsonaro

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão tentando conversar com ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a fim de evitar que ele se torne inelegível. Pelo menos três deputados, considerados pragmáticos, receberam a incumbência de procurar os magistrados para costurar pontes de um diálogo antes do processo que pode impedi-lo de se candidatar em 2026 .

Fontes ouvidas pela coluna afirmaram que esses três parlamentares receberam a missão do próprio Bolsonaro. Isso porque, advogados do ex-presidente explicaram que ele está com a corda no pescoço e as chances de ficar inelegível são altas . Tudo piorou após o MPE (Ministério Público Eleitoral) se manifestar a favor da inegibilidade e justamente por isso é preciso fazer algo, na visão deles.

A escolha de deputados menos ligados ao bolsonarismo foi estratégica porque prevê um sinal de que Bolsonaro não quer partir para a briga ou para o embate, ao contrário, quer costurar anos de paz com o Poder Judiciário. Além disso, esses parlamentares costumam ter bom trânsito junto à Corte e também no STF (Supremo Tribunal Federal).

Isso não significa, contudo, que conseguirão algo. Os próprios deputados confessaram, em condição de sigilo, que até o momento sequer conseguiram ser recebidos e não foi possível colocar o plano de um acordo em prática. Aparentemente ninguém do TSE deu alguma sinalização de que aceita pacificar a relação com o ex-presidente. "Agora o TSE e o STF estão com a faca e o queijo nas mãos, não será tarefa fácil".

Bolsonaro, no entanto, avisou que não vai aceitar calado e quer ajuda do PL. O ex-presidente se reuniu com Valdemar da Costa Neto para exigir que o partido o ajude nas negociações e também evite que ele se torne inelegível. A saída não parece fácil, mas o político não cogita a possibilidade de estar fora da corrida eleitoral em 2026 mesmo sabendo que quem decide isso é o TSE.