Arthur Lira (Progressistas) perdeu a paciência com deputados bolsonaristas . A gota d'água foi o tratamento dispensado ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), na última terça-feira (11). O político fez um longo desabafo em grupo de mensagens com outros parlamentares, com direito a indiretas e recados claros.
Para Lira, a oposição pode e deve fazer o papel de se sobrepor ao governo, mas dentro dos limites da convivência e do embate político. Segundo ele, em conversa com deputados, isso não foi o que aconteceu. "Aquilo foi uma emboscada muito bem articulada e o resultado foi o lamentável episódio que Brasil presenciou", diz trecho da mensagem do presidente da Câmara a aliados e que a coluna teve acesso.
Lira deixou claro em sua conversa que não pretende admitir que episódios assim se repitam na Câmara e que irá agir para punir parlamentares que quebrarem o decoro. "Não vão transformar a Câmara num circo e muito menos usar o Parlamento para insuflar ódio no Brasil", avisou ele, segundo uma fonte ouvida pela coluna.
Embora não tenha se utilizado do termo, o recado do presidente da Câmara foi para parlamentares bolsonaristas. Ainda assim, o grupo não pretende recuar e acredita que irá vencer a narrativa contra o governo da forma como Jair Bolsonaro (PL) sempre atingiu os objetivos: com gritaria e ofensas. O problema para eles é que Lira está agora do outro lado da mesa, apoiando Lula (PT) e tem a caneta na mão. Como disse um deputado do Centrão: vai ter gente cassada para dar o recado.