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Não é de hoje que tenho salientado a necessidade de uma discussão ampla quanto à eficiência do atual sistema de segurança pública  em nosso país. Os resultados quantitativos expressivos de prisões em flagrante possuem dupla capacidade: a de escancarar o trabalho hercúleo que as polícias estão enfrentando diariamente e, infelizmente, a de mascarar a realidade ineficiente do combate ao crime. No Congresso Nacional diversas propostas parlamentares são apresentadas para atingir interesses institucionais e não abrangem a reforma ampla que mudaria o cenário. Não faltam categorias suplicando o direito ao porte de armas e fatia de poder. Na corrida pelo distintivo e força, logo teremos advogados, vigilantes, enfermeiros, agentes de trânsito e muitas outras profissões desfilando tais adereços, basta o cálculo de votos de cada nicho.

A segurança pública conseguiu ser entendida de forma multifacetária, já a atividade policial é estruturada basicamente em prevenção ostensiva, investigação e repressão imediata. No modelo atual, duas Instituições dividem tais missões, sendo que a  Polícia Militar  carrega sua competência voltada para a prevenção e repressão imediata e a Polícia Civil prossegue com as investigações. Em menor proporção, devido ao tamanho e natureza das atividades, a  Polícia Civil  também atua na repressão imediata. A divisão dessas tarefas já provoca imensos questionamentos quanto ao modelo, uma vez que instrumentos de alto impacto e eficiência contra o crime acabam permanecendo exclusivos e subordinados à interesses corporativos. Não bastasse a existência deste campo fértil para avaliação de eficiência, surge com o empoderamento das  Guardas Municipais, um novo dilema de competência. A realidade já bate em nossas portas, não há segurança jurídica, estrutural e padrões na formação destes pequenos exércitos. As únicas incubadoras da atividade de policiamento ostensivo preventivo são as centenárias e presentes em todas as regiões do país Polícias Militares. São as academias de polícias militares espalhadas pelo nosso imenso território, as grandes formadoras dos gestores praticantes deste tema.

Salta aos olhos, líderes de outros nichos estarem buscando protagonismo em remendos legais que não resolvem o problema sistêmico. Sim! É preciso corrigir lacunas e dar o devido respaldo a quem está inegavelmente exercendo a atividade policial, mas o formato deve ser definido por quem realmente detém o conhecimento. Se a discussão tiver que ser mais ampla, que seja para o modelo total, não apenas parte do problema!!!!!

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