
Este novo conflito agrava ainda mais a já tensa situação no Oriente Médio e desestabiliza a geopolítica mundial ao acirrar os ânimos dos inimigos e contribuir para uma espiral de violão ainda maior na já combalida região.
Pode ainda dar maior força aos elementos mais radicais do Irã e acelerar o programa nuclear de Teerã como resposta ao ataque israelense. Israel abre assim nova frente como fez com Gaza, Líbano, Síria e Cisjordânia.
O timing de Tel Aviv foi coordenado para sabotar as negociações em curso sobre o programa nuclear iraniano. Muito dependerá da posição de Moscou e Pequim que podem tentar um processo de contenção no que concerne a reação persa.
O jogo de Israel e arriscado e pode ter um efeito negativo na própria segurança do país ao parecer mais destinado a assegurar a permanência do seu atual governo do que a segurança nacional. O ísolamento crescente de Israel na comunicação internacional e um fato e até Washington começa a ter as suas dúvidas sobre a eficácia da estratégia de Tel Aviv.
A frustração de parte da população israelense com as políticas guerreiras do governo dividem o país e acrescentam fogo ao processo de enfrentamento regional. Outro elemento neste contexto pode ser desviar a atenção do Genocídio em Gaza.
A pergunta que só o tempo responderá e até quando esta estratégia israelense continuará e se retardará ou acelerará o programa nuclear iraniano.
Os Estados Unidos podem tentar uma política de contenção para evitar um desastre ainda maior no oriente médio. Até agora Israel não conseguiu deter o avanço do programa nuclear iraniano e esta será mais uma tentativa de finish the job por parte de Netanyahu, mas sem nenhuma certeza de sucesso.
Os iranianos, por sua parte, tem uma escolha difícil entre moderação e retaliação. A comunidade internacional não pode no momento agir com rápido sucesso para controlar essa nova guerra, a não ser que haja um difícil entendimento entre Washington, Moscou e Pequim com Tel Aviv e Teerã.
Os países mediadores têm dificuldade em moderar neste difícil momento Teerã e Israel. A diplomacia perde força no oriente médio diante da guerra que reforça a possibilidade de uma escalada ainda maior na já conturbada região.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG