Embaixador Cesário Melantonio Neto
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Embaixador Cesário Melantonio Neto

A palavra reindustrialização aparece quatro vezes no documento de 21 páginas do programa Coligação Brasil da Esperança que assumirá o comando do Brasil no próximo primeiro de janeiro.

A direção apontada nesse documento parece alinhada com o novo cenário mundial no qual a globalização se encontra em xeque e a preservação ambiental entrou definitivamente em cena.

No entanto, entre a realidade atual e aquele futuro tecnológico, inclusivo e sustentável, existe uma série de antigos problemas muito difícil de ser superado com facilidade.

A começar pelas finanças públicas graças à política de terra arrasada do atual desgoverno.

Sem a retomada do crescimento econômico não há política social ou educacional capaz de proporcionar um futuro melhor para nossas crianças e jovens.

Sem um mínimo de equilíbrio fiscal os juros ficam elevados. Esse é um ambiente incompatível com o desenvolvimento econômico.

A reforma tributária é o elemento central da agenda de competitividade. Eliminar as regras específicas do Brasil que tornam a produção daqui mais cara do que de nossos concorrentes é um grande tema importante para quem estará no comando do país a partir de primeiro de janeiro de 2023.

O nosso novo governo deve fortalecer a empresa nacional, pública e privada, com instrumentos como financiamento, compras governamentais, investimento público, ampliando e agregando valor à produção com ênfase em inovações orientadas para a transição ecológica, energética e digital. As compras governamentais darão apoio a setores como saúde, energia, alimentos e defesa.

Alguns desses itens foram objeto da política industrial formulada no primeiro governo do Partido dos Trabalhadores que definiu como estratégias semicondutores, softwares, bens de capital e fármacos.

O atual desgoverno tentou, sem sucesso, extinguir a CEITEC, estatal fabricante de semicondutores criada pelo presidente eleito.

A discussão está parada no Tribunal de Contas da União.

Sua existência foi defendida por Secretarias Estaduais de Saúde durante a campanha eleitoral que a consideram fundamental para fortalecer o Sistema Único de Saúde.

O presidente Lula poderá se valer de sua habilidade de negociação internacional para dialogar com o presidente norte-americano, Joe Biden, e tentar trazer para o Brasil investimentos que no rearranjo das cadeias globais de valor tendem a ir para o México.

Porém, sem enfrentar os velhos problemas da economia brasileira, o Brasil pode não se credenciar para a nova onda de industrialização planetária, em que a fabricação de componentes tende a ficar mais próxima dos centros consumidores e as indústrias podem se instalar mais perto das fontes de energia baratas e limpas, como é o caso brasileiro.

A nova configuração da produção no mundo e a internet de quinta geração trazem oportunidades para modernizar a economia brasileira.

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