Quatro dos seis ministros do Supremo Tribunal Federal que votaram para que o Congresso Nacional dê o aval – a palavra final – em eventuais decisões da Corte de afastamento do mandato de políticos têm currículos com fortes ligações partidárias.

Marco Aurélio Mello, primo do senador Fernando Collor, foi nomeado para a Corte pelo então presidente nos anos 90. Collor é réu na Corte e potencial alvo de eventual afastamento do mandato.

Os ex-advogados do PT e do PSDB, Antonio Dias Toffoli e Gilmar Mendes, respectivamente, foram nomeados pelos então presidentes Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Alguns políticos do PT e PSDB são réus no STF na esteira da Operação Lava Jato e potenciais alvos de processos na Corte que podem afastá-los dos cargos. 

E Alexandre de Moraes foi apadrinhado no Ministério da Justiça e depois na cadeira do STF pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), o maior interessado no resultado da ação que foi julgada. O ministro Moraes não se deu por impedido em nenhuma ação envolvendo o nome de Aécio tanto na Segunda Turma, a qual compõe, quanto no plenário na quarta-feira.

O Senado vai votar na próxima terça-feira se aceita ou não as sanções do STF sobre o senador afastado Aécio Neves, que segue em recolhimento domiciliar noturno por decisão da Corte, no processo da Lava Jato no qual foi gravado por Joesley Batista.

Um gaiato boêmio do Congresso dispara que o pior para Aécio não é o afastamento do cargo de senador, e sim não poder sair de casa à noite.

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