Não é por acaso que em poucos dias a Procuradoria Geral da República e os Ministérios Públicos no Rio e São Paulo pediram as prisões do senador afastado Aécio Neves, o ex-governador Anthony Garotinho e o ex-presidente Lula da Silva, respectivamente.

Há no escopo uma discreta medição de forças com a Polícia Federal.

O MP busca cada vez mais protagonismo e poder de comandar inquérito (há PEC em tramitação no Congresso). A PF, através dos delegados, também cobra aprovação de PEC que dá mais autonomia à polícia e discretamente se mostra contra mais poder de investigação aos procuradores.

Fortalecido como referência no combate à corrupção, o staff do MP será consideravelmente ampliado nos próximos dias. Foram nomeados 127 analistas e 102 técnicos que vão atuar em 20 Estados e no DF. Com destaque para Rio e São Paulo.

Lava Jato

A Operação Lava Jato é exemplo que, a despeito das batalhas classistas por mais direitos e fortalecimento institucional, o MP e a PF se afinam – embora não cem por cento. Pelo bem do País, a força-tarefa consolidou a operação que se tornou a maior de toda a História do Brasil.

Nos bastidores nem tudo é afinação. Há ainda a ciumeira contida das duas classes, os  procuradores e os delegados. Ano passado um episódio revelou isso. A PF foi procurada por um importante personagem do cenário empresarial com indicativos para uma colaboração premiada. Os procuradores chiaram e não oficializaram a delação, mas depois o mesmo personagem foi alvo do MP e o processo andou.

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