A base do presidente Michel Temer (inclui em especial o PSDB) iniciou o projeto derruba-delação.
A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara Federal aprovou proposta de criação de subcomissão para investigar as ilegalidades da JBS com dinheiro público.
O objetivo político, no entanto, não é apenas jogar luz sobre as supostas maracutaias, mas encontrar um gatilho jurídico-político no âmbito da Casa para invalidar a delação de Joesley Batista, um dos donos da JBS, por supostas fragilidades e irregularidades na gravação do diálogo com o presidente Temer. Como os aliados vão fazer isso para ajudar o chefe, eles ainda não sabem.
Fato é que, se concretizar uma proposta que ganhe tramitação nas comissões a fim de melar o acordo de Joesley com a JBS, ela terá cunho terminativo (não vai plenário) e trâmite acelerado nas duas Casas, até a canetada da sanção do próprio Temer.
Se isso vingar, Aécio Neves e Michel Temer, os principais investigados e prejudicados até agora – além de uma boa leva do próprio Congresso – se livram das acusações.
Neste cenário, Joesley terá que topar outra delação, sem as benesses atuais da Procuradoria Geral da República.
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