Caciques do PMDB, PSDB, PSD, PRB e do PP aguardam com apreensão os próximos dias. Os partidos comandam nove ministérios na Esplanada, não querem abrir mão do comando das pastas e já pressionam o presidente Michel Temer a recuar na promessa, feita em público, de afastar os nove denunciados ao STF.
Temer já indica recuo e procura estratégia de justificar para a sociedade o porquê de mantê-los. Falará o básico: investigado não é culpado, por mais indícios. Se o fizer, queimou a língua e a biografia.
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Mas na síntese do eventual recuo oculta-se a sobrevivência da governabilidade. O Governo está prestes a votar na Câmara – que tem seus representantes ministros alvos do STF – as reformas trabalhista e da Previdência. E precisa dos votos das bancadas.
Irritá-los neste momento será perigoso para o presidente, ou ele pode cumprir sua palavra e pagar o preço para ver o que acontece no Congresso Nacional
Na terça, quando vazou a lista de investigados do ministro Fachin, relator da Lava Jato no STF, o presidente Temer cogitou pronunciamento à imprensa. Avaliou que seria precipitado. Soltou depois um “Governo não para”.