A Assembleia Geral da Bolívia começa nesta terça-feira (21) a votar o Projeto de Lei Geral da Coca, nº 1637q2016-17, enviado pelo presidente Evo Morales, e deixa em alerta as autoridades policiais brasileiras de combate ao tráfico. Entre os parágrafos, a autorização para oficializar mais 10 mil hectares de plantação de folha de coca no País.
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A lei permite aos cocaleros negociarem a coca “em seu estado natural”, com fins de “produtos medicinais, cosméticos e alimentícios”. Mas a oposição grita: além dos cocaleros, há um potente mercado no submundo boliviano com respaldo dessa lei: a produção beneficia narcotraficantes e fortalece o tráfico de cocaína – inclusive para o Brasil.
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Em outubro de 2013, em entrevista exclusiva à Coluna, o ex-presidente boliviano Tuto Quiroga e seu ex-ministro da Justiça Luiz Vásquez revelaram que 80% da cocaína da Bolívia passam pelo Brasil como rota internacional e rendem US$ 12 bilhões/ano.
Segundo Vázquez e Quiroga, mais de 54 mil famílias vivem da plantação legal da folha de coca – cerca de 200 mil pessoas – cujo plantio é voltado em especial para a fabricação da droga em refinarias.
A cocaína boliviana já atingiu 99% de pureza e são comercializadas 250 toneladas por ano – 80% disso é vendido para o Brasil, e os outros 20% para Estados Unidos e Argentina, de acordo com dados sigilosos do antigo governo.