Mulheres indígenas reivindicam proteção a biomas e demarcação

A III Marcha das Mulheres Indígenas reúne em Brasília povos de etnias brasileiras e internacionais

Foto: Reprodução: Anmiga/ Alass Derivas
Mulheres indígenas se reúnem para marcha em Brasília


Cerca de 400 mulheres indígenas estão acampadas no Eixo Cultural Ibero-Americano, centro de Brasília (DF), para a III Marcha das Mulheres Indígenas. O tema desta edição é “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade através das raízes ancestrais”. A abertura aconteceu no último domingo (10), com a participação de representantes de povos originários de 26 estados brasileiros, mulheres negras e quilombolas. Além de delegações do Peru, EUA, Malásia, Rússia e Nova Zelândia. O evento é uma iniciativa da Articulação Nacional das Mulheres Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), que organiza a marcha desde 2019.
A edição de 2023 aborda questões relacionadas ao garimpo ilegal, emergência climática,  demarcação de terras, desigualdade de gênero, acessibilidade e saúde. As atividades começaram nesta segunda-feira (11), o povo Xavante do Mato Grosso realizou o Ritual da Corrida de Tora em frente à Praça dos Três Poderes. A Ministra Sonia Guajajara e a Deputada Federal Celia Xakriabá participaram da cerimônia. Em seguida, as delegações acompanharam uma coletiva de imprensa com a Ministra dos Povos Indígenas, no Congresso Nacional. Ela ressaltou que a discussão mundial sobre crise  climática deve incluir a proteção das terras indígenas.
“No momento em que o mundo inteiro discute as mudanças climática. No momento em que o mundo inteiro discute medidas para reduzir o aquecimento global. Nós chegamos para dizer que sem a demarcação das terras indígenas, sem a proteção dos nossos biomas não haverá solução para essa crise climática”, disse Sonia Guajajara, durante a coletiva.


Proteção para mulheres indígenas

Segundo a ANMIGA, o encontro propõe políticas públicas para população indígena pensadas em conjunto com as mulheres que atuam nos territórios. A instituição alerta sobre a necessidade proteger mulheres indígenas.
“Exigimos acesso a cuidados de saúde de qualidade, educação e oportunidades econômicas. Lutamos pela proteção da terra e recursos naturais, que vêm sendo explorados por muito tempo. Defendemos o fim da violência contra as mulheres indígenas, um problema generalizado que tem atormentado nossas comunidades há gerações”.
A programação do evento inclui debates com lideranças dos seis biomas do Brasil: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal. Também estão previstas rodas de conversas, plenárias, grupos de trabalho e atividades culturais. No último dia, quarta-feira (13), as mulheres marcharão em direção a  Esplanada dos Ministérios para dialogar com lideranças políticas sobre as ações propostas em uma carta, entregue as autoridades em janeiro deste ano, durante a pré- marcha .