Há 17 anos Renato Luiz Feliciano Lourenço, conhecido como Renato Sorriso, usa a vassoura para abrir seus caminhos. “Ela é meu passaporte”, diz o gari com o riso estampado no rosto – sua marca registrada. Ex-faxineiro, ex-camelô, ex-diarista, ex-vendedor de cachorro quente, interrompeu os estudos na 5ª série, sonhava em ser técnico de refrigeração. “Para mim, lixeiro é quem joga lixo nas ruas, vive na sujeira e não dá valor ao nosso trabalho”, frisa o profissional que logo de cara foi designado para trabalhar em uma região que também é responsável pela limpeza do Sambódromo durante o carnaval.
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“Nem acreditei. Samba é a minha paixão, por isso, quando a escola acabou de passar e a gente começou a varrer, não resisti e comecei a sambar. O povão gostou, mas levei a maior bronca do meu chefe”, relevou em entrevista o gari que já foi destaque na Grande Rio e na União da Ilha do Governador. Do Sambódromo para o mundo, foi um pulo. Por causa do samba na avenida foi convidado para integrar o grupo que se apresenta num carnaval em Toronto, no Canadá. De convite em convite, vai sambando e abrindo seus horizontes.
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Foi com a vassoura que ele teve a oportunidade de conhecer oito países, ser um dos destaques da comitiva brasileira no encerramento das Olimpíadas de Londres e segurar a Tocha Olímpica. “Mesmo que um dia ganhe muito dinheiro nunca vou deixar a Comlurb (companhia de limpeza urbana do Rio de Janeiro). Como Renato Sorriso, de vassoura na mão, conquistei o prestígio que tenho hoje.” Graças à fama no carnaval como o gari sambista, virou figurinha fácil em programas de TV, fez participação em novelas e ganhou o mundo!