As medidas de confinamento e fechamento de fronteiras adotadas em países da África , para conter a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, interrompeu o turismo no continente. Além de afetar drasticamente a economia, a decisão está trazendo consequências ambientais, como o aumento no número de mortes de rinocerontes .
Segundo Nico Jacobs, fundador da ONG Rhino 911, desde que as medidas foram anunciadas na África do Sul , ele passou a resgatar mais rinocerontes atingidos por caçadores, que estão aproveitando a menor circulação de pessoas para perseguir os animais.
“Assim que o confinamento começou na África do Sul, nós começamos a ter ocorrências todos os dias”, afirmou Jacobs, que usou um helicóptero para resgatar os bichos, em entrevista ao New York Times. Pelo menos nove rinocerontes foram caçados no noroeste do país africano.
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Em Botsuana, país vizinho da África do Sul, pelo menos seis rinocerontes foram alvos de caçadores após o fechamento das fronteiras. Na Semana passada, o governo do país anunciou que cinco caçadores foram mortos por militares.
Insegurança
Os locais onde as caças estão ocorrendo eram considerados refúgios relativamente seguros para animais selvagens , justamente em razão do turismo.
"Esses animais não são apenas protegidos por guardas florestais, eles também são protegidos pela presença de turistas. Se você é um caçador, você não vai a um lugar onde há muitos turistas, você vai caçar onde há poucas pessoas”, ", disse Tim Davenport, diretor da Wildlife Conservation Society.
Além disso, muitos países africanos dependem do turismo para financiar a conservação da vida selvagem. Na África do Sul, a proteção tem 85%do seu financiamento bancado por fontes relacionadas ao turismo, como taxadas de entrada em parques e licenças de caça.