A região do Chifre da África
continua sofrendo as consequências do pior surto de nuvens de gafanhotos
dos últimos 70 anos, e a situação ainda pode piorar. Por isso, cientistas
estão se esforçando para evitar que uma segunda infestação atinja a região, ameaçada por um futuro aumento da insegurança alimentar.
A esperança está em um novo programa de rastreamento. Kenneth Mwangi, cientista especializado em informações de satélites, está participando do aprimoramento de um modelo de supercomputador que será utilizado para prever áreas de reprodução possivelmente não percebidas pelo monitoramento no solo. Se essas áreas não forem pulverizadas, podem se tornar fonte de novas infestações.
“O modelo será capaz de nos informas em quais áreas os gafanhotos estão emergindo. Nós também conseguiremos informações sobre o solo. Essas áreas podem se tornar fonte de aumento ou de uma nova geração de gafanhotos. Torna-se muito difícil e caro de controlar, e é por isso que estamos pensando em prevenção”, explico Mwangi em entrevista ao The Guardian.
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“O foco será impedir que os gafanhotos se tornem adultos, pois isso leva a outro ciclo de infestação. Queremos evitar isso. Queremos aconselhar os governos o mais cedo possível, antes que um novo surto aconteça”, completa.
Drama
Até agora, bilhões de gafanhotos devastaram campos na Somália , na Etiópia e no Quênia, países onde a fome é um grande problema. Outros países africanos atingidos foram Uganda, Tanzânia Congo e Sudão do Sul. Uma única infestação pode conter cerca de 150 milhões de gafanhotos por quilômetro quadrado.
A Organização de Alimentação e Agricultura (FAO) da ONU já emitiu diversos alertas sobre a situação, inclusive com pedidos de aporte financeiro para combater o problema. Uma nova onda de nuvens de gafanhoto pode comprometer a segurança alimentar de 25 milhões de pessoas em toda à região.