Tamanho do texto

Índia e sul da África tiveram mais mortes; evento mais custoso, os incêndios na Califórnia causaram perdas patrimoniais de mais de R$ 100 bilhões

Califórnia arrow-options
Divulgação
incêndios na Califórnia

Pelo menos 15 desastres naturais relacionados à mudança climática em 2019 causaram dano de mais de US $ 1 bilhão cada um deles. Sete deles custaram pelo menos US $ 10 bilhões, indica relatório da ONG filantrópica britânica Christian Aid nesta sexta-feira (27).

Leia também: Na contramão do Vaticano, Arautos do Evangelho intimida quem denuncia abusos

Este ano pode ser o segundo ano mais quente da história, e cada um dos desastres no relatório tem uma ligação com as mudanças climáticas, afirmou a instituiçao.

"O clima extremo, alimentado pelas mudanças climáticas, atingiu todos os cantos do globo em 2019. Do sul da África à América do Norte, da Austrália e Ásia à Europa, inundações, tempestades e incêndios trouxeram caos e destruição", afirmou o documento.

Montando seu relatório a partir de dados oficiais, estimativas de ONGs, informações órgãos de socorro, estudos científicos e notícias na imprensa, a instituição de caridade britânica disse que os desastres deixaram milhões desabrigados e espalharam a morte.

Entre os desastres mais graves estão inundações que devastaram o norte da Índia, o tufão Lekima na China, o furacão Dorian nos EUA, inundações na China, enchentes no Meio-Oeste e no Sul dos EUA, o tufão Hagibis no Japão. A tragédia com maior dano patrimonial foram os incêndios na Califórnia, com perdas de US$ 25 bilhões.

"É provável que esses números sejam subestimados, pois geralmente mostram apenas perdas cobertas por seguro e nem sempre levam em conta outros custos financeiros, como perda de produtividade e perdas não seguradas", afirmou o documento.

A Christian Aid disse que a vasta maioria das mortes foi causada por apenas dois eventos, na Índia e no sul da África, "um reflexo de como as pessoas mais pobres do mundo pagam o preço mais alto pelas consequências das mudanças climáticas".

"Por outro lado, o custo financeiro foi maior nos países mais ricos: o Japão e os Estados Unidos sofreram três dos quatro eventos mais caros".

As emissões de gases de efeito estufa continuam subindo em 2019, depois de atingirem um recorde em 2018. A probabilidade de ocorrência de eventos climáticos extremos, registrados mundo afora em 2019, aumenta à medida que o planeta se aquece.

Outros eventos citados no relatório foram o ciclone Idai em Moçambique, uma onda de calor recorde em grande parte da Europa, incêndios florestais na Austrália e inundações em Veneza (Itália).

A ameaça representada pela mudança climática tornou-se tão acentuada em 2019 que a Indonésia, uma das economias que mais crescem no mundo, decidiu mudar sua capital para um lugar que não estava afundando.

Leia também: "Não vale nada, falsa como nota de 3 reais", diz Frota sobre Carla Zambelli

"A menos que sejam tomadas medidas urgentes para reduzir as emissões, as temperaturas globais subirão pelo menos mais 0,5°C nos próximos 20 anos e outras 2°C e 3°C até o final do século", afirmou a Christian Aid.

"O clima do mundo continuará se tornando cada vez mais extremo, e as pessoas em todo o mundo continuarão pagando o preço. O desafio a seguir é minimizar os impactos por meio de cortes profundos e rápidos nas emissões".