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Números divulgados pelo Deter B indicam um crescimento de 48,8% de desmatamento ilegal na Amazônia durante os meses de agosto e outubro

Desmatamento na Amazônia cresceu durante o período eleitoral, dizem novos dados
Antonio Cruz / Agência Brasil
Desmatamento na Amazônia cresceu durante o período eleitoral, dizem novos dados


O período eleitoral brasileiro ajudou no desmatamento na Amazônia. Pelo menos é o que indica os números divulgados pelo Deter B, projeto do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) que faz o monitoramento das áreas verdes da região. Segundo os dados, de agosto a outubro de 2018, o crescimento de ataque à floresta foi de 48,8%.

De acordo com o levantamento, o desmatamento na Amazônia é maior entre os estados do Acre e do Amazonas, por onde passa a rodovia BR-364 e, em volta, há enormes criações de gado e bovídeos. Grandes fazendeiros costumam derrubar árvores da floresta para ampliar o pasto ou mesmo para facilitar o transporte entre uma cidade e outra.

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O aumento no consumo de carne no Brasil e em todo o mundo pressiona as áreas florestais, que acabam desmatadas e queimadas, para dar lugar a pastagens ou plantações de soja e milho, utilizados como ração na alimentação de bois, porcos e frangos.

A Amazônia tem hoje 85 milhões de cabeças de gado, uma proporção de três bois para cada habitante da região.

Nesses dois estados do Norte, o crescimento de desmatamento ilegal foi de 273% (no Acre) e 114% (no Amazonas).

De acordo com analistas, o crescimento durante o período eleitoral se dá principalmente pela diminuição da fiscalização, já que a população está voltada para outros temas e não auxilia, de certa forma, o Ibama e a polícia ambiental, com denúncias. Da mesma forma, empresários e fazendeiros se “sentem mais a vontade” para cometerem crimes ambientais.

É verdade também que durante o período eleitoral os temas ambientais são tratados pelos candidatos, o que, de certa forma, conscientiza a população na preservação das florestas.

Presidente eleito, Jair Bolsonaro usou as redes sociais no último sábado (10) justamente para tratar de meio ambiente . Segundo ele, o turismo pode ser um aliado na preservação.

“O turismo associado ao meio ambiente é uma ótima fórmula comprovada para a preservação. A alegação do intocável age em prol de pequenos grupos, sugar a mente de inocentes, encher o bolso de poucos e dominar a grande maioria envolvida, travando o verdadeiro desenvolvimento!”, escreveu Bolsonaro em seu Twitter, sem tratar exclusivamente do desmatamento na Amazônia .