Um estudo publicado na última terça-feira (31) alega que o primeiro ancestral conhecido dos humanos é uma criatura em forma de saco com uma boca enorme e sem ânus. Publicada na revista “Nature”, a pesquisa afirma que esta criatura viveu há aproximadamente 540 milhões de anos.
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A descoberta foi feita depois de encontrarem fósseis muito bem preservados da criatura ancestral . Conhecida como Sacchorhytus , a espécie era aquática e as evidências de sua existência foram achadas no centro da China, na província de Shaanxi.
Vários ramos evolutivos importantes se originaram a partir do Sacchorhytus e, de acordo com especulações de cientistas, a partir de um destes ramos surgiram os humanos. “Isso pode representar o início primitivo de uma gama muito diversificada de espécies, incluindo nós mesmos”, disse o coautor do artigo e professor da Universidade de Cambridge, Simon Conway Morris.
O Saccorhytus , que pertence à categoria dos deuterostômios, é a espécie mais antiga da categoria encontrada até agora. Acredita-se que todos os deuterostômios (vertebrados e equinodermos), inclusive os humanos, dividem esse ancestral comum, de acordo com a pesquisa.
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Por mais que, a olho nu, os pequenos fósseis pareçam grãos de areia, “sob o microscópio, o nível de detalhe é impressionante”, disse o professor Morris. A característica que chama mais atenção nesta criatura é sua grande boca rodeada por pregas.
O animal provavelmente se alimentava de partículas de alimento e organismos microscópicos. Como não foi encontrada nenhuma estrutura correspondente a um ânus, os pesquisadores concluíram que excreções eram expelidas pelo mesmo orifício usado para alimentação.
No corpo do Saccorhytus também foram encontrados oito pequenas aberturas cônicas, que possivelmente funcionavam para evacuação da água ingerida. Este pode ser o primeiro “percursor da fenda branquial”, de acordo com Morris.
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Mesmo que não tenham sido encontrados olhos, os cientistas não excluem a possibilidade de que a criatura tivesse receptores sensoriais. Os pesquisadores afirma que a espécie tinha um “nível notável de complexidade orgânica para um estágio tão precoce da evolução animal”.
Os fósseis do ancestral são do início do período Cambriano, que passou por uma grande explosão de evolução biológica. O período terminou com a primeira de cinco extinções que ocorreram nos 500 milhões de anos seguintes.