Explosão rara de estrela anã pode acontecer nos próximos dias e será visível a olho nu

Especialistas uniram um 'time' de telescópios para capturar todos os detalhes da explosão

Explosão rara de estrela anã vai poder ser vista até setembro
Foto: NASA/Centro de Voo Espacial Goddard/Reprodução
Explosão rara de estrela anã vai poder ser vista até setembro

Um evento raro e importante para a astronomia deve acontecer nos próximos dias: a explosão de uma estrela morta  que vai criar uma "nova estrela" no céu noturno. T Coronae Borealis (ou T Cor Bor), uma anã branca localizada na constelação de Corona Borealis, a 3.000 anos-luz da Terra, está chegando ao seu ponto máximo e sua explosão, que acontece aproximadamente a cada 80 anos, poderá ser vista a olho nu por alguns dias no hemisfério norte.

Desde seu último colapso em 1946, a T-Bor tem acumulado matéria de sua companheira, uma estrela gigante vermelha. Os astrônomos notaram, nos últimos dias, a queda no brilho da estrela, considerado um 'aviso' de que sua explosão está próxima.

Apesar dos sinais, ainda é difícil saber quando a explosão ocorrerá. "Sabemos que vai acontecer — é muito óbvio", disse Edward Sion, professor de astronomia e astrofísica da Villanova University, à Space.com.

Oportunidade de conhecimento

Como a T Cor Bor faz parte do seleto grupo de dez novas recorrentes conhecidas na Via Láctea, sua explosão nos próximos dias dará aos astrônomos a oportunidade de estudar como uma estrela anã branca absorve material de sua companheira até explodir.

"O que acontece com essas estrelas anãs brancas geralmente leva tanto tempo que nunca vemos novamente", explicou Elizabeth Hays, cientista do projeto do telescópio Fermi, também à Space.com.

Quando ocorreu a última explosão, há 80 anos, os equipamentos de observação não eram tão modernos como os de hoje. Por isso, os astrônomos se equiparam com uma série de telescópios avançados, incluindo o telescópio espacial de raios gama Fermi, que monitora a estrela diariamente, para capturar o máximo de informações possíveis.

Entre os telescópios que estarão de prontidão, além do Fermi, estão o James Webb, Swift, INTEGRAL e o Very Large Array. Eles serão direcionados para T Cor Bor no momento da explosão, capturando dados em raios gama, raios-X e ondas de rádio.

Com todo esse time tecnológico, os especialistas esperam obter dados em diferentes comprimentos de onda assim que a explosão ocorrer, algo inédito. "Estou muito animada para ver como será — há muitas estreias aqui", acrescentou Hays.

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