Céu em São Paulo em 18 de agosto de 2019 com fumaça da Amazônia que se combinou com frente fria para trazer chuva preta com precipitação de soot na capital paulista
Reprodução/Metsul
Céu em São Paulo em 18 de agosto de 2019 com fumaça da Amazônia que se combinou com frente fria para trazer chuva preta com precipitação de soot na capital paulista


Há pelo menos 200 anos as pessoas reportam “skyquakes”, algo que pode ser traduzido como “terremotos no céu” , ou “céu-motos”. Mas, mesmo após tanto tempo, cientistas não chegaram perto de descobrir o motivo ou explicar o fenômeno.

Em diversos vídeos, as pessoas compartilharam o “céu-moto”: um alto barulho de pancada que vem do céu, podendo ser confundido com tiros ou estouros de escapamento.

O que são terremotos no céu?

Os terremotos no céu aconteceram em diversos lugares no mundo e não parecem ter algum tipo de padrão ou explicação. Cientistas tem teorias, mas não há como comprová-las.

Algumas das ideias afirmam que os barulhos poderiam ser asteroides e meteoros entrando na atmosfera terrestre e se desfazendo, ou testes militares, ou até questões de clima e relacionados a tempestades e terremotos.

Relatos antigos

O primeiro registro do terremoto no céu foi em 1811, nos Estados Unidos. Um grupo passava por um terremoto de magnitude 7,2 quando ouviram os estampidos. O país também tem registros de agosto de 1886, também durante um terremoto de magnitude 7,3..

Durante os anos 1850, os barulhos foram registrados em Nova York, no lago Seneca, e receberam o apelido de “armas de Seneca”. James Fenimore Cooper viveu o fenômeno e escreveu:

“É um som que lembra a explosão de uma artilharia pesada que não pode ser explicado por nenhuma das leis naturais. É [algo] profundo, distante e impositor. O lago parece falar com as montanhas ao redor, que mandam ecos da sua voz de volta em uma resposta certeira.”

Pesquisa moderna

Os cientistas não têm certeza se os terremotos no céu, apesar do nome, têm interferência sísmica. Os estudos sobre o campo começaram em 2020.

A Universidade da Carolina do Norte tenta entender a origem dos sons, e acredita que tem mais a ver com a atmosfera do que com atividade sísmica. Eli Bird, um dos pesquisadores locais, disse:

“Assumimos que a propagação é por meio da atmosfera, e não pelo chão. As condições atmosféricas podem ser amplificadas em uma direção em particular, ou afetam primariamente uma área.”

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