Novo estudo aponta que o risco do asteroide 99942 Apophis, considerado potencialmente perigoso, atingir a Terra em 2029 ou 2036 são maiores do que havia sido registrado anteriormente.
O asteroide foi descoberto em 2024 e foi classificado como de nível 4 da escala de perigo de impacto de Torino, em uma variante de 0 a 10. Este, porém, é o maior nível já registrado. Depois, observações descartaram a possibilidade de colisão em 2029, 2036 e 2068. Esses anos, entretanto, ainda representam encontros próximos do asteroide com a Terra.
O astrônomo canadense Paul Wiegert resolveu estudar as chances do Apophis ser redirecionado caso um pequeno objeto colida com ele. Em pesquisas anteriores, Wiegert e Ben Hyatt descartaram a colisão com asteroides conhecidos, mas perceberam que há uma pequena chance de colisão com materiais que viajam junto a alguns desses objetos.
Agora, com o novo estudo, os pesquisadores viram que um impacto relativamente pequeno conseguiria desviar o asteroide de colidir com a Terra em 2029. Um objeto de cerca de 0,6 metros poderia empurrar o Apophis e um de 3,4 metros poderia causar um impacto direto em 2029.
As probabilidades, segundo Wiegert, são aproximadamente uma em dois bilhões para um impacto direto em 2029 e menos de uma em um milhão para outro impacto futuro.
Desde maio de 2021 o Apophis vem sendo não monitorado e vai continuar assim até 2027, devido à baixa visibilidade pelo posicionamento do asteroide. Somente nesta data que os cientistas conseguirão verificar se ele foi desviado.
O Apophis é uma rocha espacial com cerca de 370 metros de diâmetro, 450 m de comprimento e 41 milhões de toneladas. As dimensões dele equivalem a três campos de futebol e sua energia é equivalente a 60 mil bombas de Hiroshima. Se atingisse a Terra, seria capaz de devastar uma enorme região, por isso foi apelidado de "asteroide do juízo final".
"Como o Apophis tem cerca de 370 metros e uma composição de silicatos, ferro e níquel, seria extremamente devastador a uma área de milhares de quilômetros quadrados. Eventos desse nível podem ocorrer na Terra uma vez a cada 80 mil anos", segundo o astrônomo Filipe Monteiro, do Observatório Nacional.