Galáxias do programa Rubies
Reprodução/Penn State
Galáxias do programa Rubies

O Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, fez uma descoberta surpreendente nos últimos dias ao avistar objetos luminosos e extremamente avermelhados no chamado "universo primitivo".

A descoberta pode indicar que galáxias e seus buracos negros supermassivos tiveram uma formação diferente daquela prevista em teorias convencionais.

Os três objetos foram identificados em 2022 por uma equipe liderada por pesquisadores da Penn State. Hoje, os estudiosos já compreendem que eles, na verdade, são galáxias que datam de 600 a 800 milhões de anos após o Big Bang.

Sendo assim, estamos vendo as galáxias como elas eram ainda no início da criação do Universo.

A descoberta foi reportada em fevereiro de 2023 por um grupo internacional de pesquisadores em um artigo na Revista Nature. No artigo, os cientistas indicam as suspeitas de que eram galáxias surpreendentemente maduras, com uma massa estelar comparável à da Via Láctea.

Galáxias "velhas"

O último artigo sobre as galáxias foi publicado nesta quinta-feira (27) no Astrophysical Journal Letter, após observações mais detalhadas do espectro (a "assinatura" de luz) dessas galáxias.

No novo artigo, os pesquisadores apontam que as galáxias não têm apenas uma massa acima da média para a idade, como também têm um percentual considerável de estrelas velhas em sua composição, o que abre margem para a hipótese de que a formação estelar começou bem antes do que o imaginado.

Os cientistas também identificaram sinais claros de enormes buracos negros supermassivos no centro dessas galáxias, mas com um tamanho desproporcional — o que, segundo os pesquisadores, é uma indicação de que ao menos alguns núcleos galácticos evoluíram mais depressa do que o imaginado.

"Você pode fazer isso encaixar de forma desconfortável no nosso atual modelo do Universo, mas apenas se evocarmos alguma formação insanamente rápida e exótica no começo dos tempos", diz Joel Leja, astrofísico da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA) e coautor do trabalho. "Este é, sem dúvida, o conjunto de objetos mais interessante e peculiar que eu já vi em minha carreira."

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