Sonda da Nasa vê
Reprodução/Youtube
Sonda da Nasa vê "lago de vidro" composto por lava em lua de Júpiter

A missão da espaçonave Juno, da NASA, descobriu um 'lago de vidro' composto por lava e uma montanha em uma das 95 luas de Júpiter, chamada Io. Além disso, descobriu-se que o planeta contém mais água do que se pensava anteriormente.

As descobertas foram anunciadas na última terça-feira (16), pelo principal investigador da missão, Scott Bolton, em coletiva de imprensa na Assembleia Geral da União Geofísica Europeia em Viena, na Áustria.

A sonda Juno realizou sobrevoos a cerca de 1.500 km da superfície norte de Io entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024.

"Também obtivemos algumas imagens excelentes e outros dados sobre um lago de lava de 200 quilômetros de comprimento chamado Loki Patera. Há um detalhe incrível mostrando essas ilhas loucas embutidas no meio de um lago de magma potencialmente circundado por lava quente", detalhou Bolton. "O reflexo especular que nossos instrumentos registraram do lago sugere que partes da superfície de Io são lisas como vidro, reminiscentes de vidro obsidiano criado por vulcões na Terra.”

Superfície lisa e mais água do que esperado

A partir de mapas feitos com os dados do Radiômetro de Micro-ondas (MWR) da sonda Juno, os cientistas descobriram que Io tem uma superfície relativamente mais lisa e polos mais frios se comparada às outras luas de Júpiter.

O polo norte de Júpiter tem chamado a atenção da Nasa, tanto que a missão Juno foi lançada para investigar os níveis de água no planeta. Foi assim que eles observaram um ciclone central na região norte. "Ele é claramente visível em imagens de infravermelho e luz visível, mas sua assinatura de micro-ondas não é nem de longe tão forte quanto a de outras tempestades próximas. Isso nos diz que sua estrutura subsuperficial deve ser muito diferente desses outros ciclones", explicou  Steve Levin, cientista do projeto Juno no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa.

E a água que os cientistas procuram não é a mesma que conhecemos: eles pretendem quantificar a presença de moléculas essenciais para a formação da água - ou seja, de oxigênio e hidrogênio - na atmosfera do planeta.

Até o momento, os pesquisadores já conseguiram confirmar que a quantidade de água presente Júpiter é de três a quatro vezes maior do que se pensava anteriormente.

A informação sobre a quantidade de água é crucial para entender como o planeta se formou, o que contribui diretamente para a compreensão da formação do Sistema Solar - e um dos motivos para isso é de que o planeta foi um dos primeiros a se formar e contém grande parte do gás e poeira que não se uniram na formação do Sol.

Além disso, a abundância de água também impacta a estrutura interna e os fenômenos metereológicos do planeta.

"Agora, com resultados recentes feitos com dados do MWR, confirmamos que a abundância de água perto do equador de Júpiter é aproximadamente três a quatro vezes a abundância solar quando comparada ao hidrogênio. Isso demonstra definitivamente que o local de entrada amostrado pela sonda Galileo era uma região desértica anormalmente seca”, diz Bolton.

O último sobrevoo de Juno ocorreu em 9 de abril, chegando a cerca de 16.500 quilômetros da superfície de Io. A próxima coleta de informações, no 61º sobrevoo em Júpiter, acontecerá em 12 de maio.

Quer ficar por dentro das principais notícias do dia?  Clique aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!