Cientistas anunciaram ter descoberto uma espécie humana ainda desconhecida , que tem cerca de 140 mil anos. Batizado de "Homem Dragão", o fóssil foi encontrado em um canteiro de obras e permaneceu 85 anos escondido em um poço na cidade de Harbin, na China. O apelido faz referência a região Rio Dragão , onde o material foi descoberto. O trabalho foi publicado nesta sexta-feira na revista científica The Innovation.
A pesquisa foi feita por especialistas da China e Inglaterra. Para os pesquisadores, a nova espécie, Homo longi , seria a categoria extinta mais intimamente relacionada ao homem moderno , e não os Neandertais. Caso a hipótese seja confirmada, mudaria significativamente a teoria de como os Homo sapiens evoluíram.
A conclusão já foi publicada em três artigos científicos, mas ainda não há consenso sobre a nova teoria. Apesar disso, especialistas apontam que a descoberta pode ajudar cientistas a reconstruírem a árvore genealógica dos humanos e ressaltam a qualidade do fóssil encontrado.
— É lindo. É muito raro encontrar um fóssil como este, com o rosto em boas condições. Todos sonhamos em encontrar itens como esse — ressaltou John Hawks, paleoantropólogo da Universidade de Wisconsin-Madison, em entrevista ao The New York Times.
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Os pesquisadores argumentam que as características anatômicas do "Homem Dragão" não são encontradas em nenhuma espécie previamente nomeada de hominídeo, a linhagem de macacos bípedes que divergiu de outros macacos e mais tarde se tornou a espécie humana. As análises levam a crer que o crânio pertenceria a um indivíduo masculino de 50 anos com nariz largo, sobrancelha baixa, caixa craniana e maçãs do rosto mais planas e delicadas.
— É distinto o suficiente para ser uma espécie diferente — ressaltou Christopher Stringer,paleoantropólogo do Museu de História Natural de Londres e coautor de dois dos três artigos sobre a descoberta.
O crânio foi encontrado em 1933 por um trabalhador chinês que não teve identidade revelada. Na época, ele achou que o material seria valioso e decidiu escondê-lo para não entregar ao governo japonês, que ocupava o Norte do país na época. O homem passou anos sem mencionar nada sobre, mas em 2018, pouco antes de sua morte, contou para familiares que o fóssil estava no poço. A família então doou o fóssil para o Museu de Geociências da Universidade de Hebei.