A Agência Espacial Norte Americana (Nasa) divulgou nessa segunda-feira (20) que foram encontrados sinais da existência de gelo nas áreas polares da Lua. A descoberta foi publicada na revista científica Pnas após décadas de pesquisas.
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De acordo com a ABC News , alguns cientistas teorizaram na década de 1960 sobre a existência de gelo em regiões sombreadas da Lua . Por mais que nas últimas décadas tenham sido encontradas áreas ricas de hidrogênio no satélite, elemento essencial para a composição da água, a hipótese ainda não tinha confirmação. O que mudou com o novo anúncio da Nasa.
As superfícies de água congelada foram encontradas através de imagens feitas pelo Moon Mineralogy Mapper (M3), instrumento localizado na nave não tripulada Chandrayaan-1. As fotos revelaram que o lugar com a maior concentração de gelo está no polo norte, em comparação com o polo sul.
A pesquisa também detalhou a presença do elemento em 3,5% das regiões sombreadas do satélite natural, como já previam os estudiosos do século 20, onde as temperaturas podem chegar a níveis extremos com até 160 graus abaixo de zero.
Ainda não se sabe como o gelo chegou até o satélite, mas os astrônomos trabalham com duas hipóteses. A primeira sugere que tudo aconteceu após o impacto de cometas e meteoritos, enquanto a segunda pensa na possibilidade da água ter sido lentamente “migrada” da rarefeita atmosfera lunar.
Por mais que a descoberta seja animadora, os responsáveis pelo estudo pediram cautela. “As evidências diretas de água congelada lunar permanecem vagas”, escreveram.
Presença de água no subterrâneo da Lua
Outra descoberta sobre o nosso satélite aconteceu recentemente. Cientistas da Universidade Tohoku, no Japão, estavam analisando um meteorito lunar quando perceberam algo surpreendente: há evidências de que já existiu água na Lua e de que ela ainda pode estar presente no subsolo do corpo celeste. De acordo com o portal Phys , a pesquisa publicada no site Science Advances pode ser um passo na busca pela substância no satélite natural .
Liderada por Masahiro Kayama, a equipe de pesquisadores encontrou um mineral muito raro no meteorito lunar: o moganite, que só pode ser formado na presença de água. A possibilidade animou os cientistas e aqueles que acreditam que o satélite pode se tornar a “segunda casa” dos humanos, porém, foram precisos mais alguns testes para eliminar possíveis dúvidas.
A rocha, batizada de NWA 272, caiu na região norte da África há aproximadamente 17 mil anos e, para comprovar a sua origem – e também que o moganite não foi formado após a chegada do material à superfície terrestre –, os cientistas realizaram inúmeras análises que comprovaram as suspeitas iniciais.
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“Isso indica a possibilidade de presença de recursos abundantes de água sob os terrenos Procellarum KREEP e [da cratera] da bacia do Polo Sul-Aitken”, explicou o resumo do artigo científico que revelou a descoberta na Lua .
*Com informações da Agência Ansa