Astrônomos podem ter capturado uma estrela jovem devorando um planeta pela primeira vez na história. A ação foi registrada por um telescópio da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) após o aparelho notar mudanças repentinas na estrela ao longo do ano passado.
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Informações do Daily Mail apontaram que o telescópio Chandra, da Nasa, detectou um aumento de 30 vezes no ferro contido nas extremidades do corpo celeste, além do escurecimento acentuado na estrela jovem , que tem "apenas" 10 milhões de anos.
Simulações realizadas por computadores anteriormente previram que os planetas podem ser ‘devorados’ por uma estrela relativamente nova, entretanto, tal fenômeno nunca havia sido observado.
"Se a nossa interpretação dos dados estiver correta, essa será a primeira vez que uma estrela jovem é flagrada devorando um planeta ou um miniplaneta ”, afirmou o pesquisador do Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Espacial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Hans Moritz Guenther.
Estrela jovem foi localizada na constelação de Touro
Os astrônomos identificaram a ‘estrela bebê ’ na constelação de Touro em 2015, há 450 anos-luz de distância. Porém, durante os últimos anos, os profissionais relataram que houve um aumento significativo no nível de ferro encontrado na superfície do corpo celeste, que foi nomeada de RW Aur A.
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Guenther explicou que, ao contrário do que esperava, o ocorrido “é muito estranho e surpreendente, pois nunca ocorreu um crescimento tão notável nos níveis de ferro de uma estrela como com a RW Aur A".
Segundo o pesquisador, o fenômeno ainda está sendo estudado, porém, ao que tudo indica, trata-se de uma estrela ‘comendo’ um planeta ou um exoplaneta .
“Simulações de computador mostraram que um planeta pode ser ‘engolido’ por uma estrela. Estamos empenhados há anos em pesquisas sobre exoplanetas a fim de entender como se formam, e por isso esse acontecimento é tão importante. É necessário saber como os planetas jovens são destruídos quando há interações com estrelas hospedeiras e outros planetas novos, e também quais fatores determinam sua sobrevivência”, acrescentou.
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Especialistas de outras instituições consideraram a descoberta ‘empolgante e inusitada’, no entanto, ressaltaram que é preciso ter em mente que “o registro é circunstancial e não definitivo”.
“Conseguir observar uma estrela jovem ‘devorando’ um planeta é definitivamente animador, mas é preciso cautela com afirmações precipitadas”, concluíram o cientista Avi Loeb, de Harvard, e o especialista em exoplanetas, Alan Boss, do Instituto de Ciência de Carnegie.